Treinador fala sobre o testemunho da equipe no maior campeonato brasileiro de tênis de mesa
Márcio Tonetti
No mundo dos esportes, é comum realizar competições aos sábados, e nem sempre os organizadores desses eventos estão dispostos a flexibilizar o calendário. Entretanto, algumas dessas situações têm aberto portas para que a crença no repouso sabático seja compartilhada por atletas fiéis ao princípio bíblico. Na entrevista a seguir, o professor da educação básica e do ensino superior no Unasp e treinador da equipe de mesa-tenistas que representa a instituição há uma década conta um fato inédito na história do maior campeonato brasileiro de tênis de mesa. Confira este “pingue-pongue” com Walter Quiaper.
Quando e por que você começou a praticar esse esporte?
Iniciei minha prática no tênis de mesa aos 13 anos, com o objetivo de representar minha turma nos jogos interclasse do Colégio Adventista de Vila Yara, localizado em Osasco (SP). Posteriormente, continuei meus treinos na Associação Cultural e Esportiva Nipo-Brasileira de Osasco (Acenbo) até ingressar no Unasp, campus Engenheiro Coelho, durante o ensino médio.
Fale um pouco sobre a trajetória da equipe de mesa-tenistas do Unasp.
Em 2004, dei início à organização de campeonatos de tênis de mesa para os alunos do Unasp, no campus Engenheiro Coelho. Uma década mais tarde, estabeleci a equipe de competição, que estreou com a participação de 28 atletas. Conseguimos o 2º lugar em um evento que contou com a presença de mais de dez clubes, indicando que estávamos seguindo o caminho certo. Após algumas participações em eventos menores, classificamo-nos como a 3ª melhor equipe da Liga Metropolitana em 2017 e 2018, e como a 2ª melhor equipe da mesma liga em 2019. Após o período de pandemia, retornamos à competição na Liga Paulista, alcançando o título de 4ª melhor equipe em 2022 e de 3ª melhor equipe em 2023. Durante esse intervalo, também conquistamos a medalha de bronze nas categorias sub-14 e sub-17 do tênis de mesa feminino nos Jogos Escolares do Estado de São Paulo. Em 2024, a equipe comemorou seu décimo aniversário e fez sua estreia no Campeonato Brasileiro de Tênis de Mesa.
Por meio dessa iniciativa, membros da própria equipe têm sido alcançados com a mensagem adventista?
O time acolhe pessoas de todas as crenças, embora a maioria dos integrantes seja adventista do sétimo dia. Procuramos não só ser atletas, mas também testemunhas de Cristo por meio do esporte, oferecendo um bom exemplo onde quer que estejamos. Participamos de competições mensais e sempre fazemos uma oração antes de viajar. Nosso compromisso com Cristo é constantemente lembrado.
Quais oportunidades o grupo já teve de testemunhar em eventos esportivos?
Já realizamos a distribuição de livros missionários durante a Liga Metropolitana e o Campeonato Paulista Universitário. Quando o Unasp sediou uma das etapas desse evento, foi disponibilizado um estande no qual os interessados podiam obter mais informações sobre nossa instituição e nossa fé. Durante os jogos escolares, em vez de participarmos das competições no sábado, frequentamos a igreja. Isso chama atenção dos outros atletas quando nos veem deixando o alojamento vestindo trajes diferentes. Em ocasiões em que perdemos a cerimônia de abertura por ocorrer na sexta à noite, ou quando solicitamos a alteração de jogos marcados para o sábado, os organizadores frequentemente indagam sobre os motivos.
Neste ano, a Confederação Brasileira de Tênis de Mesa decidiu mudar, pela primeira vez, o calendário de competições, em respeito aos adventistas. Que significado esse fato teve para vocês?
Foi muito significativo ver como Deus agiu em resposta às nossas orações, além do respeito e da atenção da CBTM para algo muito diferente do que estão acostumados. Se Ele desejar, poderemos participar das próximas edições. Esperamos ter a oportunidade de continuar glorificando o Seu nome por meio do esporte.
(Entrevista publicada na Revista Adventista de maio/2024)
Última atualização em 29 de abril de 2024 por Márcio Tonetti.