As crenças e os hábitos dos adventistas ao redor do mundo

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Nova pesquisa revela como os membros da igreja enxergam e praticam a fé
Foto: Brent Hardinge / Adventist News Network

Uma pesquisa global realizada neste ano revelou que o número de adventistas que têm o hábito de estudar a Bíblia diariamente cresceu 7%, em comparação com o estudo anterior, realizado há cinco anos. Em 2018, 49% dos entrevistados disseram que leem as Escrituras mais de uma vez ao dia e 77% afirmaram que fazem isso várias vezes por semana. No estudo anterior, eles representavam 42% e 74%, respectivamente.

Para David Trimm, diretor do departamento de Arquivos, Estatísticas e Pesquisa da sede mundial da igreja, que coordenou o estudo intitulado “The Global Church Member Survey 2018”, os números confirmam uma tendência positiva detectada há cinco anos. Ele acredita que isso tenha sido motivado pelas campanhas de incentivo ao estudo da Bíblia lançadas depois da assembleia da Associação Geral de 2010, como o programa “Reavivados por Sua Palavra”. No entanto, o estudo identificou que as ações da igreja têm causado maior impacto entre aqueles que já têm contato frequente com a Palavra de Deus. “Estamos tendo pouco ou nenhum impacto sobre os leitores não frequentes da Bíblia, o que requer atenção”, diz o relatório da pesquisa.

Outra tendência identificada no estudo foi no sentido contrário: as pessoas estão frequentando menos a igreja. Em 2013, 78% afirmaram que assistiam aos cultos mais de quatros vezes por mês. Neste ano, a mesma resposta foi dada por 71% dos entrevistados. O percentual dos que realizam o culto familiar várias vezes por semana também diminuiu de 58% para 54%.

Percepção das crenças

Além de identificar as práticas adventistas ao redor do mundo, a pesquisa também procurou mostrar a percepção dos membros a respeito das crenças fundamentais. Em 2013, 79% das pessoas consultadas disseram que acreditavam que, quando alguém morre, “seu corpo permanece no túmulo e sua alma dorme até a ressurreição”. Em 2018, esse número caiu para 69%.

No entanto, um dos pontos que chamam a atenção na última pesquisa é que 33% dos entrevistados afirmaram que acreditam ou creem fortemente que a alma seja uma entidade separada do corpo e que é imortal. Esse crença foi mais forte nas Divisões Sul do Pacífico, Sul-Asiática e Pacífico Sul-Asiático.

A pesquisa também quis saber a percepção dos adventistas quanto à Criação. Há cinco anos, 87% disseram que acreditam que Deus criou o mundo em seis dias literais e num passado relativamente recente. Porém, 13% negavam essa crença. Em 2018, esses percentuais se mantiveram: 86% disseram acreditar e 15% afirmaram o contrário.

Por sua vez, em relação à doutrina do santuário, uma das crenças distintivas dos adventistas, a pesquisa de 2013 revelou que ela era aceita por 75% dos entrevistados e que a aceitação era maior no contexto da América do Sul e da América Central. Por outro lado, 15% dos entrevistados afirmaram que tinham questões ou dúvidas sobre a doutrina do santuário e a crença no juízo ivestigativo e 10% que não aceitavam ou não consideravam importantes esses ensinamentos. Contudo, a crença na doutrina do santuário e no juízo investigativo parece ter se fortalecido. Na edição deste ano, a pesquisa constatou que 87% creem na doutrina do santuário e 83% concordam com a visão adventista sobre o juízo investigativo ou pré-advento. Na interpretação da Igreja Adventista, “em 1844, no fim do período profético dos 2.300 dias, Cristo iniciou a segunda e última etapa de seu ministério expiatório, que foi tipificado pela obra do sumo sacerdote no lugar santíssimo do santuário terrestre. É uma obra de juízo investigativo, a qual faz parte da eliminação final de todo pecado, prefigurada pela purificação do antigo santuário hebraico, no Dia da Expiação”, como expressa sua 24ª crença fundamental.

O estudo ouviu 63.756 adventistas de 13 sedes continentais da igreja (Divisões). Para ter acesso aos dados da pesquisa, disponíveis em inglês, clique aqui.

MÁRCIO TONETTI é editor associado da Revista Adventista

Última atualização em 30 de outubro de 2018 por Márcio Tonetti.