Novo líder do Departamento de Liberdade Religiosa da Divisão Sul-Americana destaca a importância
do trabalho da igreja nessa área
Márcio Tonetti
Nomeado em dezembro, o pastor Jorge Miguel Rampogna, que já atuava como diretor de Comunicação, assume agora o desafio de liderar a área de Liberdade Religiosa e Assuntos Públicos da Igreja Adventista em oito países da América do Sul. Nesta entrevista, ele aborda a importância desse departamento, as conquistas recentes no campo da liberdade de consciência em nosso território e o que as congregações adventistas podem fazer para promover essa causa no contexto local.
De que forma o Departamento de Liberdade Religiosa e Assuntos Públicos sul-americano tem defendido esse direito fundamental?
De modo geral, os países desse território possuem garantias constitucionais para a liberdade de práticas religiosas. Contudo, ainda há regiões que resistem em assegurar o pleno exercício do direito de crença. Por isso, mantemos um diálogo constante com autoridades governamentais, parlamentares e líderes da sociedade civil, promovendo a compreensão mútua e ressaltando a importância da liberdade religiosa como um direito humano fundamental. Organizamos encontros, fóruns e participamos de audiências públicas para expor nossas preocupações. Além disso, estamos continuamente empenhados em sugerir leis e normas que ajudem a assegurar os direitos de todos os grupos que buscam liberdade de consciência e de culto. Em casos específicos, atuamos, sempre respaldados pela lei e com o apoio de entidades especializadas, para resolver conflitos relacionados à intolerância religiosa.
Você poderia compartilhar algumas conquistas recentes no campo da liberdade religiosa na América do Sul?
Em alguns países, conseguimos a aprovação de legislações que garantem o direito de trabalhadores e estudantes de terem seu dia de guarda sagrado respeitado. Além disso, intensificamos, nos últimos anos, a realização de conferências internacionais sobre liberdade religiosa, promovendo debates entre representantes de governos e líderes religiosos para buscar soluções em diferentes contextos e situações. O caminho da conscientização tem se aberto significativamente.
Como você responde às críticas de que defender a liberdade religiosa pode ser interpretado como apoio a práticas ou crenças contrárias aos valores adventistas?
Defender a liberdade religiosa não significa concordar com todas as práticas ou crenças, mas garantir que todos tenham o direito de viver de acordo com sua consciência. Trata-se de um princípio fundamental, enraizado no valor da dignidade humana e nos ensinamentos de Jesus sobre respeito e amor ao próximo. A comunicação desempenha um papel crucial nesse contexto, ajudando a esclarecer mal-entendidos, disseminar informações corretas e combater interpretações equivocadas.
Quais estratégias você recomendaria para que as igrejas locais se envolvam mais ativamente nas questões de liberdade religiosa em suas comunidades?
Recomendamos que as igrejas adventistas locais promovam diálogos constantes sobre liberdade religiosa, tanto internamente quanto com a comunidade. A organização de palestras e fóruns é uma excelente estratégia para conscientizar as pessoas da importância do tema. Outra abordagem eficaz é colaborar com escolas, universidades e organizações locais no desenvolvimento de projetos que defendam a liberdade de consciência e promovam o respeito mútuo, incluindo aqueles que não possuem crenças religiosas. Quando as congregações se envolvem ativamente com a defesa da liberdade religiosa, elas não apenas reafirmam o princípio do respeito, mas também fortalecem sua presença e relevância nas comunidades em que atuam.
(Entrevista publicada na Revista Adventista de fevereiro/2025)
Última atualização em 28 de janeiro de 2025 por Márcio Tonetti.