Mudanças divulgadas pelo MEC foram promovidas com base na Consulta Pública realizada nos meses de janeiro e fevereiro
A partir deste ano, o Exame Nacional do Ensino Médio (Enem) não será realizado aos sábados. A mudança no dia de aplicação da prova foi anunciada nesta quinta-feira (9) pelo Ministério da Educação e o Instituto Nacional de Estudos e Pesquisas Educacionais Anísio Teixeira (Inep) em uma coletiva de imprensa.
Em 2017, o exame ocorrerá nos dias 5 e 12 de novembro, ou seja, em dois domingos. A decisão foi tomada com base na Consulta Pública realizada entre os dias 18 de janeiro e 17 de fevereiro. Dos mais de 600 mil participantes, 63,70% votaram que o Enem deveria ocorrer em dois dias e 36,30% opinaram que deveria ser aplicado em um dia só.
A maior parte dos que optaram pelos dois dias (42,30%) sugeriu que a prova ocorresse em dois domingos seguidos. Em segundo lugar, ficou a alternativa de um domingo e uma segunda-feira, marcada por 34,10% dos participantes. A proposta de manter o modelo atual, de sábado e domingo, recebeu 23,60% dos votos.
“A aplicação em dois domingos soluciona a situação dos sabatistas, que acessavam o local de prova no mesmo horário dos demais, mas só começavam a responder as questões às 19h. Os participantes que guardam o sábado por questões religiosas, e representaram 76 mil inscrições em 2016, não ficarão mais submetidos ao confinamento de 5 horas”, noticiou o site do Inep.
Além de proporcionar uma condição de igualdade aos estudantes que guardam o sábado, a mudança irá minimizar os custos do governo. Isso porque, para fazer valer os direitos constitucionais, cada candidato sabatista custava aos cofres públicos R$ 16,39 a mais do que os demais participantes, devido às despesas extras geradas pela aplicação do exame na noite do sábado. De acordo com o Inep, no Enem 2016, os 76 mil sabatistas que fizeram a prova acarretaram um gasto de aproximadamente R$ 646 mil.
Em notícia publicada no site oficial da Igreja Adventista no Brasil, o líder sul-americano da denominação ressaltou que os guardadores do sábado, especialmente os adventistas do sétimo dia, não buscam privilégios em relação aos demais candidatos. “Pelo contrário, desejam ter as mesmas oportunidades diante de um programa tão importante que pode não apenas garantir, mas definir o futuro profissional de milhares de pessoas. O resultado da Consulta Pública torna essa realidade igualitária para todos”, acrescentou. Além de reconhecer os esforços do Ministério da Educação em garantir até aqui uma alternativa para que os guardadores do sábado pudessem ter sua fé respeitada, o pastor Erton Köhler também aproveitou para agradecer a todos os membros da igreja que votaram e se mobilizaram em favor da mudança do dia do Enem. [Equipe RA, da Redação / Com informações do G1 e do Portal Adventista]
Última atualização em 16 de outubro de 2017 por Márcio Tonetti.