Programa mostrou resultados de estudo da USP que avaliou a saúde de 1,4 mil fiéis no Brasil e a história do coordenador da pesquisa, que perdeu quase 50 quilos em um ano depois de mudar hábitos de vida
Há alguns anos, a saúde dos adventistas de Loma Linda, na Califórnia (EUA), foi tema de reportagens em importantes veículos de comunicação, como a revista National Geographic, depois de uma pesquisa ter mostrado que os fiéis da igreja viviam até dez anos mais que a média dos americanos. Agora é o Brasil que vem chamando a atenção da mídia diante de um estudo realizado com adventistas em São Paulo.
A versão brasileira da pesquisa envolveu 1,4 mil membros da denominação, com idades entre 35 e 74 anos. Eles foram divididos em três grupos: vegetarianos, vegetarianos que comem ovo e tomam leite e pessoas que comem carne. O grupo dos vegetarianos foi o que apresentou os melhores resultados: redução de 10% da medida da cintura e colesterol total 10% menor. Além disso, os índices que indicam uma maior predisposição ao diabetes e alterações prejudiciais nos vasos sanguíneos foram 20% menores.
O médico Everton Padilha Gomes foi o coordenador do Estudo ADVENTO (Análise de Dieta e Hábitos de Vida na Prevenção de Eventos Cardiovasculares em Adventistas do Sétimo Dia), financiado pela USP, Fapesp (Fundação de Amparo à Pesquisa do Estado de São Paulo) e Incor (Instituto do Coração).
A conclusão da pesquisa realizada pelo médico adventista foi um dos tópicos abordados na última sexta-feira, 30 de setembro, pelo programa Globo Repórter, cuja edição tratou sobre diabetes e hipertensão. Algo que também chamou a atenção da maior emissora de TV do país foi a história do próprio médico.
Depois de mudar radicalmente o estilo de vida, o cardiologista perdeu quase 50 quilos em um ano. Segundo informou à emissora, apesar de ser adventista, ele não seguia a dieta recomendada pela igreja. Era um devorador de carnes e de muitos outros pratos. “Eu cheguei a 128 quilos. Era um obeso mórbido”, disse ao programa da rede Globo.
Como destacou o programa, a mudança “não foi nenhum milagre”. “Foi uma ideia que ele foi buscar na igreja que frequenta: a Igreja Adventista do Sétimo Dia, que incentiva a adoção da alimentação vegetariana e a prática de exercícios físicos”, a jornalista Isabela Assumpção afirmou.
“Eu tive de me reeducar, reaprender a comer, reaprender a dormir e reaprender também a gostar de fazer exercício”, disse o médico adventista.
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As principais conclusões do Estudo Advento serão tema da reportagem de capa da Revista Adventista de novembro. A edição também irá mostrar os resultados de pesquisas paralelas que analisaram a pele e a microbiota dos adventistas. [Márcio Tonetti, equipe RA / Com informações do portal G1]
Última atualização em 16 de outubro de 2017 por Márcio Tonetti.