Número de colportores sul-americanos aumenta no período das férias escolares e impulsiona a pregação por meio da literatura
O contato com a revista Nosso Amiguinho foi o que aproximou Júnior, Sidéria e seus quatro filhos da mensagem adventista. Depois de visitar uma igreja, eles passaram a estudar a Bíblia, foram batizados e, hoje, são membros atuantes: ela se tornou diretora do Ministério da Mulher da igreja local e ele, ancião e diretor do clube de desbravadores. A decisão da família de Uberaba (MG) de mudar de vida foi influenciada em grande parte pelo trabalho que o casal Joabe e Rafaela Santos desenvolve na colportagem.
Eles fazem parte de um dos ministérios mais antigos da igreja. Foi por meio da página impressa que a mensagem do advento se espalhou pelo planeta a partir da segunda metade do século 19 e se estabeleceu, inclusive, no Brasil. Mais de um século depois, a distribuição de literatura por meio dos colportores continua forte.
Segundo dados do departamento de Publicações da Divisão Sul-Americana, 4 mil pessoas trabalham exclusivamente nessa área em oito países do continente. O Brasil concentra 37,5% deles, contando com cerca de 1,5 colportores de carreira, ou seja, homens e mulheres que vivem desse trabalho. Contudo, durante o período de férias, o número de colportores aumenta expressivamente. É que muitos jovens que desejam ingressar em uma faculdade, mas não possuem condições financeiras para isso, veem no ministério da colportagem a oportunidade de custear os estudos.
No continente sul-americano, aproximadamente 10 mil estudantes se juntam aos chamados colportores efetivos durante as férias, reforçando o exército dos que levam salvação por meio de livros e revistas. No Brasil, 60% desses jovens (6 mil) trocam seu período de lazer e descanso pela colportagem.
Na opinião do pastor Tercio Marques, diretor sul-americano do Ministério de Publicações, a colportagem é uma escola prática de relações humanas. “Para esses estudantes, a colportagem é uma grande ocasião para se ter vivência prática com o mundo real e, também, com Deus. Além disso, por meio dessa oportunidade, milhares deles conseguem pagar os gastos de moradia, comida e estudo”, disse.
Treinamento e motivação
A fim de valorizar o trabalho daqueles que atuam nesse ministério em tempo integral ou durante as férias, os departamentos de Publicações das sedes administrativas adventistas do Estado de Minas Gerais organizaram no fim do mês de janeiro a visita de um grupo de 93 colportores à Casa Publicadora Brasileira (CPB). A ideia foi que eles conhecessem mais de perto a editora que fornece os livros e revistas que eles entregam nas casas das pessoas, além de ter momentos para o aperfeiçoamento profissional e planejamento de novas metas.
DANIELA FERNANDES é estudante de Jornalismo no Unasp, campus Engenheiro Coelho (SP)
Última atualização em 16 de outubro de 2017 por Márcio Tonetti.