Ganhos e perdas

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Entenda por que, apesar do considerável índice de batismos, a taxa de crescimento da igreja na América do Sul tem caído nos últimos anos
Pastor Heidinger apresenta relatório durante concílio administrativo em Brasília (DF). Foto: Gustavo Leighton

Em 2016, a igreja na América do Sul obteve um crescimento real de 3,6% no número de membros, na comparação com o ano anterior. Porém, trata-se do segundo menor índice registrado nos últimos cinco anos. Os dados foram apresentados pelo pastor Edward Heidinger, secretário-executivo da sede da denominação para oito países do continente, no concílio administrativo realizado em Brasília (DF) entre 5 e 10 de maio.

No ano passado, a igreja ganhou 251.877 membros. Embora o número tenha sido 0,8% menor que o registrado em 2015, quando a igreja na América do Sul obteve o maior ganho de fiéis de toda a sua história (253.869), é bastante significativo se comparado a outros períodos. “Analisando as entradas, apesar de 2016 não ser o nosso melhor ano em batismos foi o segundo melhor do quinquênio”, ressalta.

O fator que tem reduzido a taxa de crescimento da igreja e gerado maior preocupação é o elevado índice de perda de fiéis. Segundo o pastor Heidinger, no ano passado pelo menos 164.799 pessoas deixaram de fazer parte da igreja nos oito países que compõem a Divisão Sul-Americana, seja por abandono da fé, desaparecimento ou morte.

Em relação aos desaparecidos, Heidinger observou que mais de 33 mil deixaram de ser adventistas quando tinham entre 2 e 6 anos de adventismo. “O Manual da Igreja orienta que se espere até dois anos para considerar uma pessoa completamente desaparecida, com quem não se tem mais contato”, Heidinger explica.

As estatísticas mostram que, apesar de a igreja no continente receber, por mês, cerca de 21 mil novos fiéis, por meio do batismo ou profissão de fé, 13.733 deixam a denominação por apostasia ou desaparecimento. Isso significa que, enquanto 29 pessoas se tornam adventistas a cada hora, 19 saem da igreja; ganha-se um membro a cada dois minutos e perde-se outro a cada três.

Porém, como lembra Heidinger, é preciso levar em conta que esses números envolvem tanto recém-batizados quanto pessoas que deixaram de frequentar a igreja há mais tempo. “Por isso, precisamos continuar investindo no discipulado para perder menos e, ao mesmo tempo, atualizar os registros da secretaria”, enfatiza. Ele acredita que uma taxa anual de 5% de crescimento real já seria considerada saudável.

Para o secretário-executivo, atentar para os fatores que mais influenciam na conversão das pessoas é um passo importante para conter o fluxo da porta dos fundos. Ele acredita que a maneira pela qual as pessoas ingressam na igreja determina em grande medida a permanência e a forma como elas irão crescer espiritualmente.

“Temos observado que as pessoas que vieram para a igreja por meio do evangelismo público são as que têm maior tendência de sair devido à falta de vínculos. Por outro lado, aqueles que se converteram por influência de amigos, familiares, pequenos grupos ou classes bíblicas apresentam maior chance de permanecer”, afirma o secretário-executivo. Por essa razão, segundo Heidinger, a ênfase do evangelismo público na Divisão Sul-Americana mudou para o evangelismo de colheita.

De acordo com os números apresentados pelo secretário sul-americano, no ano passado 22,29% das pessoas se tornaram membros por influência de familiares adventistas, 21,66% por meio da participação em classes bíblicas e 18,81% mediante campanhas de evangelismo público. Outros 13,11% afirmaram que se tornaram adventistas porque tiveram algum tipo de contato com membros da denominação. Segundo Heidinger, esses indicadores precisam ser considerados ao se pensar ações e programas de conservação e discipulado. [Márcio Tonetti, equipe RA / Com informações de Felipe Lemos, da ASN]

Última atualização em 16 de outubro de 2017 por Márcio Tonetti.