Investimento no ministério

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Igreja no estado de São Paulo promove encontro pastoral

Márcio Tonetti

Depois de sete anos e com um número bem maior de participantes (cerca de 250 a mais do que no último encontro), a União Central Brasileira (UCB) realizou nos dias 17 a 20 de julho o seu concílio ministerial. O evento aconteceu no Unasp, campus Engenheiro Coelho, que recebeu cerca de 750 pastores, incluindo veteranos (17% têm mais de 30 anos de carreira), aspirantes (21% estão no ministério há, no máximo, quatro anos) e alguns que já se aposentaram ou estão próximos da jubilação. Por quatro dias, eles deixaram distritos, instituições e escritórios administrativos espalhados pelo estado de São Paulo para trocar experiências, renovar o foco na missão, compartilhar as bênçãos e desafios do trabalho no contexto da pandemia e pensar como responder aos dilemas da atualidade.

Além da Santa Ceia na abertura da programação, outro ponto alto foi o resgate da história da Associação Ministerial. Numa bela sincronia entre o palco e as telas, uma série de dramatizações narrou o surgimento dessa iniciativa, há cem anos, mostrando a visão e a dedicação daqueles que empreenderam grandes esforços para atender às necessidades do ministério. Isso incluía a produção de materiais voltados especificamente para esse grupo. Por exemplo, em 1922 a Associação Ministerial publicou o livro Cristo Nossa Justiça, compilação feita por Arthur Daniells dos escritos de Ellen G. White sobre justificação pela fé. Além de relembrar a história da publicação, os participantes do concílio da UCB receberam uma versão atualizada dessa obra, produzida pela CPB como parte de um projeto que resgata clássicos do adventismo.

Encenação relembrou os primórdios da Associação Ministerial, que completa cem anos em 2022. Foto: UCB

Também foi um concílio para ficar na memória por suas trilhas sonoras. Além da música composta para a ocasião (intitulada “Escolho”), quartetos formados por servidores de instituições e sedes administrativas tiveram a oportunidade de se apresentar. A dinâmica culminou em um grande coro no encerramento. Além disso, houve espaço para a divulgação do novo Hinário Adventista.

Por sua vez, as diversas palestras e seminários procuraram abranger temas teológicos e questões relacionadas à prática pastoral. Elias ­Brasil, Frank Hasel e Clinton Wahlen, convidados internacionais ligados ao Instituto de Pesquisa Bíblica, chamaram a atenção, por exemplo, para leituras contemporâneas que tendem a relativizar o texto bíblico. Essas leituras têm trazido reflexos negativos inclusive para a compreensão do papel do pastor mais como um terapeuta.

Outro tema importante para o ministério no século 21 foi apresentado pela jornalista Agatha Lemos, editora da Lição da Escola Sabatina Jovem, ao refletir sobre as mudanças na relação das novas gerações com estruturas sólidas como a família e a igreja. Tendo em vista o cenário complexo que o Brasil vive, especialmente neste ano de eleições, os organizadores do concílio convidaram o pastor Marcos De Benedicto, editor-chefe da CPB, para apresentar uma síntese de um livro inédito sobre política e religião.

Houve ainda a preocupação de abordar aspectos relacionados à vida do pastor, que não está livre de conflitos emocionais, ­frustrações e problemas na família. Aliás, essa realidade foi bem exemplificada pela série A Jornada, idealizada pelos pastores Maurício Lima e Edilson Valiante (presidente e ministerial da UCB, respectivamente) e produzida pelo Unasp.

Em uma das mensagens que proferiu ao longo do concílio, o pastor Lucas Alves, ministerial da Divisão Sul-Americana (DSA), sublinhou que o segredo do sucesso na vida ministerial não está na experiência, mas sim na dependência de Deus. Por isso, um dos apelos do pastor Stanley Arco, presidente da DSA, foi para que os pastores trabalhem com o poder do Espírito.

MÁRCIO TONETTI, pastor e jornalista, é editor associado da Revista Adventista

(Notícia publicada na edição de agosto de 2022 da Revista Adventista)

Última atualização em 1 de agosto de 2022 por Márcio Tonetti.