Atentos às novas demandas e tendências, clubes de desbravadores do Reino Unido exploram áreas de interesse dos nativos digitais
Marcos Paseggi
Apesar de os desbravadores do Reino Unido terem cancelado eventos por causa da pandemia, como também ocorreu com clubes de outras partes do mundo, isso não impediu que eles se mantivessem em atividade. O período de isolamento foi visto como uma oportunidade para investir em cursos de interesse dos nativos digitais. Ou seja, mais do que usar a internet para realizar as tradicionais “especialidades”, os desbravadores de lá estão tendo a oportunidade de explorar ferramentas virtuais úteis para a missão.
Na União Britânica, sede administrativa que abrange Inglaterra, País de Gales, Escócia e Irlanda, a igreja apostou nas plataformas digitais para atrair e treinar uma nova geração de desbravadores. Inicialmente, os conteúdos foram disponibilizados para os desbravadores da Grã-Bretanha, mas hoje eles estão disponíveis para clubes de outros países. Segundo Daryl Gungadoo, que vive no Reino Unido e atua como diretor do Laboratório de Mídia da Adventist Review, entre 200 e 500 pessoas do Reino Unido, Estados Unidos, Caribe, Austrália, Oriente Médio e Sudeste Asiático têm acompanhado semanalmente os novos cursos.
Uma das novas especialidades é a de podcasts. O consumo de conteúdos em áudio cresceu muito nos últimos anos, principalmente por ser um formato que se ajusta ao cotidiano das pessoas e aos interesses de quem procura consumir informação em outros formatos.
Um dos objetivos iniciais do curso é colocar os desbravadores em contato com podcasts especializados, que têm prestado serviços de qualidade no contexto da pandemia. “Assim, eles podem, por exemplo, ajudar os líderes da igreja local a descobrir como assinar bons podcasts”, diz Gungadoo. Além disso, os participantes recebem noções sobre roteiro, edição e distribuição de áudios. Ao fim do curso, para receber a “insígnia”, eles têm que mostrar que estão familiarizados com equipamentos de gravação, como microfones, mesas de mixagem e ferramentas de trabalho na produção de áudio digital, a exemplo de softwares como o Adobe Audition e o Audacity. “Os desbravadores também devem demonstrar competência publicando seus podcasts. À medida que se envolvem com essas produções, eles são incentivados a refletir como o podcast pode ser usado para o evangelismo”, completa.
Ele observa que não é difícil começar um podcast, desde que a pessoa tenha um bom microfone, um computador e conhecimento básico de edição de áudio. Segundo Gungadoo, o maior desafio é perseverar e continuar produzindo episódios com regularidade e criatividade. “Os podcasts bem-sucedidos e populares são os que apresentam mais consistência ao longo do tempo”, ele realça.
Daryl Gungadoo conclui dizendo que habilidades antes marginalizadas agora estão tendo maior protagonismo. E, de acordo com ele, em breve novas opções, como cursos na área de transmissão de cultos, devem ser oferecidas aos desbravadores do Reino Unido.
MARCOS PASEGGI é editor de notícias da revista Adventist World
(Matéria publicada na edição de setembro de 2020 da Revista Adventista / Adventist World]
Última atualização em 5 de outubro de 2020 por Márcio Tonetti.