Uma conversa com o substituto do maestro Jader Santos no quarteto Arautos do Rei
Márcio Tonetti

Desde a infância, Myson Charly esteve imerso na música da igreja em sua cidade natal, São Gabriel da Palha (ES), onde sua mãe liderava um grupo infantil. Aos sete anos, começou no piano e, aos 14,
no Educandário Espírito-Santense Adventista (Edessa), ampliou sua experiência ao participar de quartetos, corais, grupos vocais e de sinos. Cursou Composição e Regência na Universidade Federal da Bahia (UFBA), paralelamente ao trabalho como diretor de música do Centro Universitário Adventista de Ensino do Nordeste (Uniaene).
A partir de então, sua trajetória incluiu a liderança musical no Instituto Petropolitano Adventista de Ensino (Ipae) e em diversas igrejas e projetos pelo Brasil, consolidando-se como produtor, arranjador, compositor e ministro de música. Em 2024, integrou o projeto comemorativo dos 30 anos da Gravadora Novo Tempo como pianista e editor de áudio e, em junho deste ano, recebeu aquele que considera o maior chamado de sua vida. Confira, a seguir, a entrevista com o novo diretor musical do quarteto Arautos do Rei.
Como se sente ao assumir a liderança musical de um ministério tão tradicional e querido como o dos Arautos do Rei, especialmente após o legado marcante deixado por Jader Santos?
Assumir essa responsabilidade é compreender que não se trata de talento ou posição, mas de profunda comunhão com Deus, reverência e obediência. Grandes músicos e amigos já assumiram essa missão. Todos deixaram sua marca e seu legado, sendo que o maestro Jader foi o que permaneceu por mais tempo. Sua poesia, harmonia e criatividade influenciaram gerações, inclusive a minha. Acredito que não estarei sozinho nessa jornada. Como sem-pre dizem: “Uma vez arauto, sempre arauto!” Estarei atento aos conselhos, às composições e, sobretudo, ao que Deus deseja de mim neste momento da história.
Quais são, na sua visão, os principais desafios desse novo momento do grupo?
Fortalecer e ampliar nossa presença nas redes sociais, desenvolver novos projetos de forma contínua e utilizar todas as ferramentas disponíveis para alcançar os jovens. Tudo isso sem perder nossa essência e responsabilidade, mas com criatividade e inovação.
O que torna o quarteto Arautos do Rei tão especial e relevante para a Igreja Adventista ao longo de tantas décadas?
Em primeiro lugar, destaca-se o apoio incondicional que a liderança da Igreja Adventista e da Rede Novo Tempo oferece ao ministério A Voz da Profecia. Nada disso seria possível sem esse nível de apoio e suporte. Os Arautos do Rei dialogam com todos os públicos: das crianças aos mais experientes, de membros da igreja a pessoas de outras tradições religiosas e crenças. Há também uma atenção especial à grande comunidade de língua hispana. A qualidade musical e o esmero dedicados a cada projeto tornam o quarteto uma extensão viva da Igreja Adventista, conectando fé e arte ao longo das gerações, com excelência, fidelidade e propósito.
Como você avalia o papel da música na adoração e na missão da igreja atualmente?
Na adoração, a música prepara nosso coração para a presença de Deus. Ela expressa doutrinas e verdades bíblicas, nos acalma diante dos desafios da vida e nos lembra de que Ele está no controle de tudo. Já na missão, a música se torna uma ferramenta poderosa de evangelismo, testemunho e inteligência estratégica.
Você já começou a trabalhar em novos projetos com o quarteto? Pode nos dar algum “spoiler” sobre o que vem por aí em termos de repertório, estilo ou abordagem?
Sempre fui um sonhador. Assim que fui nomeado, comecei a anotar ideias: Arautos com orquestra sinfônica, turnês, projetos voltados para crianças e Desbravadores, composições que abordem temas atuais, entre outros planos. Estarei atento à voz de Deus e às necessidades da igreja.
(Entrevista publicada na Revista Adentista de setembro/2025)
Última atualização em 4 de setembro de 2025 por Márcio Tonetti.