Especialista oferece dicas de como manter o orçamento saudável
Mais de 70 milhões de brasileiros encerraram 2024 em situação de inadimplência, um dado que ressalta a importância da educação financeira. Para ajudar indivíduos e famílias a equilibrar o orçamento e glorificar a Deus nessa área da vida, a igreja na América do Sul promoverá neste ano o livro Embaixadores do Reino (CPB, 2024), de Camila Russo. Entrevistada desta edição, a autora é planejadora financeira, graduada em Administração de Empresas, possui mestrado em Finanças e atuou durante 13 anos no setor bancário.
Quais hábitos podem ajudar a alcançar uma boa organização financeira?
O primeiro passo é ter clareza sobre sua situação financeira, registrando todas as entradas e saídas de dinheiro. Além disso, é fundamental adotar o hábito de gastar menos do que se ganha, investir a diferença, planejar cada compra com antecedência e evitar dívidas.
Como elaborar um orçamento saudável para 2025?
Um orçamento saudável possui duas características principais: saldo positivo, que significa gastar menos do que se ganha, e sustentação, que envolve respeitar os limites da sua realidade particular. A maioria das pessoas não tem recursos suficientes para realizar tudo o que deseja. Por isso, ao planejar as finanças para o novo ano, é essencial estabelecer prioridades. Em um orçamento familiar, o diálogo é indispensável. Definir objetivos e acordos em conjunto ajuda a conscientizar cada membro da família, promovendo o comprometimento necessário para juntos alcançarem o equilíbrio financeiro.
Quais estratégias podem ser adotadas para se libertar das dívidas?
Contraímos dívidas quando gastamos mais do que ganhamos. Se não enfrentarmos a causa desse problema, permaneceremos presos em um ciclo de sair de uma dívida para entrar em outra. Para romper esse padrão, comece eliminando todos os gastos supérfluos e, se necessário, reduza também os essenciais, encarando esse sacrifício como temporário até equilibrar as finanças. Identifique bens de valor que possam ser vendidos e use o dinheiro para abater as dívidas. Além disso, considere realizar trabalhos extras para aumentar a renda e acelerar a amortização. Por fim, negocie com os credores, buscando descontos ou condições de parcelamento mais adequadas, e mantenha o foco até quitar todas as dívidas.
Nossas finanças são um reflexo das escolhas que fazemos?
Tipo de moradia, meio de transporte, escola em que os filhos estudam… Cada escolha que fazemos impacta diretamente o nosso custo de vida. O ideal é que ele seja compatível com a nossa renda. Se essa compatibilidade não existir, será necessário recorrer a dívidas para sustentá-la. Além disso, as finanças podem ser afetadas por imprevistos, como um vazamento repentino que precisa ser consertado às pressas. Por isso, é fundamental manter sempre uma reserva financeira, a fim de estar preparado para imprevistos como esses e evitar ser pego de surpresa.
Que papel a Bíblia atribui à administração de recursos? De que forma esses princípios podem promover o equilíbrio financeiro?
Pela Bíblia, compreendemos que nós somos mordomos dos recursos que Deus nos confiou. Hoje em dia, fala-se muito sobre liberdade e independência financeira, que são objetivos elevados. No entanto, a Bíblia nos apresenta um alvo ainda mais sublime: ser rico para com Deus. Ter dinheiro é uma bênção, desde que o utilizemos para servir aos interesses do Senhor. Caso contrário, seremos miseráveis e infelizes, mesmo que tenhamos muito dinheiro.
(Entrevista publicada na Revista Adventista de janeiro/2025)
Última atualização em 9 de janeiro de 2025 por Márcio Tonetti.