Presente de Natal

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Receba a dádiva que Deus enviou para você

Fernando Dias

Foto: Adobe Stock

“Um menino nos nasceu, um filho se nos deu. O governo está sobre os seus ombros, e o seu nome será: ‘Maravilhoso’, ‘Conselheiro’, ‘Deus Forte’, ‘Pai da Eternidade’, “Príncipe da Paz’” (Isaías 9:6, ARC).

O mundo todo está em uma corrida desesperada por um remédio. Não me refiro somente ao empenho de cientistas e da indústria farmacêutica, que dia e noite estão com seus laboratórios funcionando para descobrir medicamentos, drogas e vacinas para curar, remediar e prevenir as mais diversas e fatais doenças. Não falo apenas dos investimentos bilionários de governos e da iniciativa privada, que aplicam uma quantidade inimaginável de dinheiro para que sejam desenvolvidas novas tecnologias que possibilitem a produção de novos produtos farmacêuticos. O mundo corre atrás de remédios para os problemas sociais, mesmo que estes sejam quase irremediáveis. Multidões anseiam um líder político que resolva todas as mazelas da sociedade, tal como os judeus esperavam um messias assim nos tempos do Novo Testamento.

Também há uma busca desenfreada por sentido. Milhares de incautos estão dispostos a acreditar em qualquer coisa que dê uma explicação simples e simplória para os complexos movimentos sociais. Não importa se esta explicação seja uma mirabolante teoria que afirme que o planeta Terra é plano, ou a alegação de que um multibilionário estrangeiro consegue controlar a opinião da imprensa em todo o mundo, ou ainda que haja uma conspiração em andamento para instalar um governo único em todas as nações debaixo do sol. Por mais absurda que seja a ideia, ela não deixa de encontrar adeptos ansiosos por um remédio para suas angústias intelectuais.

O ser humano tem grandes problemas. Vivemos em um mundo agitado e complicado. Há muita desigualdade social, violência, fome e miséria. O mundo vive em guerras. São batalhas entre nações, guerras entre grupos étnicos, guerrilhas civis entre classes de interesse, e a guerra do tráfico de produtos ilícitos e contrabandeados, no qual às vezes até mesmo pessoas se tornam mercadoria para atender a interesses escusos de quem se recusa a reconhecer no ser humano a imagem de Deus.

Apesar disso, os mais sérios problemas humanos não estão do lado de fora. Talvez você seja um privilegiado porque não vive em um casebre no morro onde dia sim dia não tem que se esconder debaixo da mesa ou da cama porque um tiroteio acontece lá fora e balas perdidas entram voando pela janela da cozinha. Pode ser que você não esteja entre o um bilhão de pessoas neste planeta que hoje só terão para comer, se tiverem, uma única refeição com um único tipo de alimento, e depois irão se deitar com fome na esperança de no dia seguinte poderem comer algo que atenda às suas necessidades nutricionais, em déficit há muito tempo. Mesmo que você tenha relativa paz ao seu redor e que tenha o necessário para atender às suas necessidades materiais imediatas, isso não é garantia de felicidade. E você sabe disso.

Nos dias de Isaías, o mundo passava por problemas como os de hoje, e alguns até piores. O império Assírio estava conquistando nações em todo o Oriente Médio. Os assírios eram um povo implacável e crudelíssimo com seus conquistados. Algumas das mais hediondas técnicas de tortura de prisioneiros foram criadas pelos assírios. Eles arrasavam cidades e escravizavam seus moradores, degredando-os para outras terras para que, assimilados, perdessem sua identidade étnica e cultural. A ameaça de uma invasão assíria era real e apavorante. Muitos viravam na cama sem conseguir dormir devido ao medo e à ansiedade. Deus, no entanto, levantou um profeta para apresentar o remédio divino para as aflições humanas.

Quais são as suas aflições? Você se debate com medo do futuro? Diante dos fatos que chegam ao seu conhecimento, o futuro parece incerto, aterrador? Você se preocupa com a volta da inflação galopante, com a instabilidade política, com guerra? Esses problemas têm sido recorrentes no mundo. Você consegue contar nos dedos de uma única mão os países que, nos últimos duzentos anos, não passaram por pelo menos uma ditadura ou uma guerra. Talvez sua aflição não seja a iminência de uma guerra internacional, mas você já viva uma guerra em sua vida, em seu lar, na sua consciência. Pode ser um conflito familiar, a luta contra uma doença ou o dilema da culpa.

Deus ordenou que o profeta Isaías anunciasse a solução de Deus para os mais complicados problemas do ser humano. Deus tem uma resposta, uma saída para situações sem-saída. A solução de Deus foi uma criança.

“Um menino nos nasceu, um filho se nos deu”. Uma das situações mais difíceis que enfrentamos é estar no momento de uma tragédia com uma criança. Na hora de um incêndio, de uma enchente, de um acidente automobilístico, tudo o que não queremos é estar com uma criança. Amamos nossos bebês, mas eles simplesmente em nada nos ajudam quando estamos passando por uma aflição. Estar com um bebê no colo em uma situação de apuros só aumenta nossa ansiedade, não a diminui! Apesar disso, Deus, no momento mais angustiante e tenebroso da história humana, enviou-nos um bebê!

Como esse bebê pode resolver nossos problemas? Como um bebê pode unir casamentos falidos? Como um bebê pode conter a inflação, nos prover emprego e renda? Como esse bebê pode tratar de nossas enfermidades e nos prover a cura? Como um bebê pode nos instruir e nos dar sabedoria para tomarmos as decisões certas? Como essa criancinha pode ser a resposta para as nossas mais prementes crises existenciais?

O Natal é a ocasião em que recordamos que um bebê nasceu neste mundo para ser a solução de todas as nossas angústias. A cada minuto, nascem no mundo 180 bebês. Em um dia são mais de 200 mil recém-nascidos. O que torna esse bebê diferente de todos os outros?

O profeta Isaías prossegue explicando o que faz esse bebê ser tão especial. Ele diz: “O governo está sobre os seus ombros”.

O bebê de Belém tem o governo sobre os ombros. Em outras palavras, Cristo, o menino de Maria, é rei, é soberano. Ele governa. Diferentemente dos dignitários das nações sobre a terra, que têm poder limitado sobre seus povos, Cristo de fato governa sobre tudo e sobre todos. Um presidente de uma república não tem autoridade para salvar alguém da morte, mas Cristo tem. Um general pode vencer uma guerra, mas não pode trazer paz a um coração perturbado; mas Cristo pode. Um ministro de estado pode prover muitos serviços assistenciais de saúde, educação e segurança pública; mas Cristo pode renovar a vida pelo novo nascimento. É pelo poder de Cristo que nosso coração bate, que nos mantemos vivos e que respiramos. Cristo governa sobre o minúsculo átomo e sobre os imensos astros do firmamento. E o mais maravilhoso de tudo isso é que Cristo quer usar sua infinita autoridade para abençoar você.

Além de ter o governo e a autoridade sobre todas as coisas animadas e inanimadas, há cinco títulos que esse menino recebe. Sabemos que os números na Bíblia têm significado. O número um, por exemplo, indica unidade, singularidade. O número dois representa fartura, crescimento, prosperidade. O número três é o número de Deus, representa a totalidade das pessoas da divina Trindade. O número quatro é o número da criação, do espaço e do tempo, pois quatro são os pontos cardeais (norte, sul, leste e oeste) e quatro são as estações do ano (primavera, verão, outono e inverno). O número sete, que é a soma de três e quatro, é o número da perfeição divina, e o número doze, que é o resultado da multiplicação entre três e quatro, é o número da perfeição na esfera humana. O número cinco, que é a quantidade de dedos de uma mão, e o número dez, que é a quantidade de dedos das duas mãos, lembram a abundância, completude. O número seis é o número da imperfeição humana, pois é sete menos um, e o ser humano foi criado no sexto dia da criação. O número oito é o número da vitória divina, pois é o resultado de sete mais um. O número nove é o número da eternidade, pois é o resultado de três vezes três.

Quando o profeta Isaías anuncia os cinco títulos de Jesus Cristo (Maravilhoso, Conselheiro, Deus forte, Pai da eternidade e Príncipe da Paz), ele está apresentado nosso Salvador como a solução completa e abundante para nossos problemas. Jesus Cristo é aquele que preenche completamente a nossa mão estendida por ajuda. É ele que nos agarra e nos puxa do abismo, do poço de perdição em que nos encontramos.

Lembro-me de uma pintura que vi há algum tempo na capa de um livro sobre Jesus, escrito em inglês. Ela lembrava o incidente em que Pedro andou sobre as águas, mas a ilustração registrava o que Pedro estava vendo quando temeu e afundou no mar. Na perspectiva de Pedro, que estava submerso, dentro da água, olhando para cima, ele vê Cristo por sobre a água estendendo-lhe a mão para salvá-lo. Cristo é retratado como se visto por Pedro que está debaixo d’água. A ilustração cria em nós uma sensação de desesperação, como se nós estivéssemos afundando na água, mas nos dá também um sentimento de paz, de esperança, ao retratar o rosto sorridente de Jesus estendendo a mão para salvar o que se afoga.

Esse é o Jesus prometido a Isaías. O Jesus que pode nos socorrer em nossos momentos mais angustiantes, quando estamos certos de não haver mais nada que se possa fazer. É nessa hora que Deus envia seu grande presente ao mundo, Jesus Cristo, o menino de Belém.

“O seu nome será: ‘Maravilhoso’, ‘Conselheiro’, ‘Deus Forte’, ‘Pai da Eternidade’, ‘Príncipe da Paz’.”

Vimos como Cristo é a resposta de Deus para cada uma de nossas necessidades. Cristo é maravilhoso. Ele é a resposta para a vida ordinária e comum que levamos.

Cristo é o conselheiro. É a resposta de Deus para nossa falta de sabedoria, nossa carência de juízo, de discernimento, de orientação; pois Ele é conselheiro.

Cristo é o Deus forte que supre nossa fraqueza, nossa incapacidade, nosso medo.

Cristo é o pai da eternidade, pois somos mortais e infinitos, e nosso futuro é incerto e pode ser interrompido a qualquer momento.

Cristo é finalmente o príncipe da paz, pois os príncipes deste mundo prometem paz induzindo à guerra.

O que você fará de Jesus, chamado Cristo? Essa é a pergunta mais importante da vida. Você não pode simplesmente considerar Cristo um homem bom, um sábio, uma personagem ilustre e admirável da história. Cristo afirmou ser Deus. Se uma pessoa vier aqui e declarar ser Deus, ou essa pessoa está com suas faculdades mentais adoecidas, ou seja, está louca, ou de fato essa pessoa fala a verdade e é Deus. Mas se essa pessoa que afirma ser Deus faz milagres, curas, traz palavras de sabedoria, e demonstra uma vida de absoluta coerência e de imaculada perfeição moral, isso evidencia que essa pessoa está em perfeito juízo e não pode estar mentindo. Jesus Cristo é essa pessoa. Ele é Deus. Ele é o único que pode salvar. Agora, o que você fará dele? Você pode aceitá-lo e ser salvo por ele. Salvo de você mesmo, de sua confiança própria, de seu egoísmo e de seu pecado. Salvo das consequências do pecado, a miséria e a morte.

Que neste Natal você receba o grande presente de Deus: Jesus Cristo.

FERNANDO DIAS, pastor e editor da Casa Publicadora Brasileira, está cursando mestrado em Teologia

Última atualização em 23 de dezembro de 2021 por Márcio Tonetti.