Procurar viver bem no presente é um modo de honrar a vida no futuro
Marcos De Benedicto
O mundo parece estar cada vez mais interessado em vida saudável, embora a prática não corresponda ao ideal. Nunca se falou tanto em dietas e bem-estar. Por exemplo, no início do ano, com a ajuda de especialistas, a revista U.S. News & World Report apresentou um ranking das 40 melhores dietas para 2018 (veja mais aqui). Para figurar nas primeiras posições, a dieta teria que ser fácil de ser seguida, nutritiva, segura, efetiva para a perda de peso e protetora contra diabetes e doenças do coração.
As cinco primeiras colocadas foram: (1) a dieta DASH, cuja ênfase está nos alimentos que ajudam a baixar a pressão arterial; (2) mediterrânea (empatada com a DASH), que inclui frutas, vegetais, cereais integrais, castanhas e óleo de oliva, entre outros produtos; (3) flexitariana, uma espécie de vegetarianismo flexível, permitindo o consumo ocasional de carne; (4) vigilantes do peso, regime que valoriza o controle de calorias; e (5) mind, que privilegia alimentos saudáveis para o cérebro e, teoricamente, ajuda a evitar o mal de Alzheimer. A dieta vegetariana ficou na décima posição (empatada com a da fertilidade).
O interessante é que, em vários aspectos, todas essas dietas se aproximam do vegetarianismo e de alguns grupos de alimentos enfatizados há muito tempo pela Igreja Adventista. Além de fazer bem para a pessoa, o consumo mais consciente tem levado em conta igualmente o impacto no meio ambiente, como revela a matéria de capa da Revista Adventista deste mês.
Embora seja irreal esperar que todo mundo vá se preocupar com a alimentação saudável, os novos hábitos já estão mexendo com o mercado. Por exemplo, a Nestlé, maior companhia de alimentos do mundo, e a Kraft Heinz, a quarta maior, já revelaram seus planos de investir em novas linhas de produtos mais saudáveis. O desempenho em 2017 forçou essas gigantes, entre outras, a prestar mais atenção ao desejo do consumidor e a repensar seu cardápio de ofertas.
Do ponto de vista bíblico, quando olhamos para a criação e a nova criação, vemos um mundo perfeito, com regime vegetariano e sem degradação ambiental. O plano original de Deus era que o ser humano pudesse comer da árvore da vida e viver eternamente. A localização da árvore da vida no meio do jardim (Gn 2:9), lembrete da nossa finitude e símbolo da nossa dependência, indica sua posição central em termos de geografia e teologia. Isso significa que a vida é um dom de Deus, não uma conquista humana, ainda que com o regime ideal.
Obedecer é fundamental, como indica a localização da árvore do conhecimento do bem e do mal igualmente no meio do jardim (Gn 2:9), a qual serviu de teste para os primeiros representantes da humanidade (Gn 2:16-17; 3). Porém, o que garante mesmo a vida eterna é outra árvore (madeiro da cruz) fincada no meio do planeta, a qual nos devolveu o direito de ter acesso à árvore da vida, que se encontra no paraíso de Deus e cujas folhas servem para a cura das nações (Ap 22:2). Enquanto o dia da dieta original não chega, temos que viver de maneira responsável, antecipando essa realidade gloriosa.
MARCOS DE BENEDICTO é editor da Revista Adventista
(Editorial da edição de junho de 2018)
Última atualização em 8 de junho de 2018 por Márcio Tonetti.