Fogo do Céu

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Há um renovado interesse pelo Espírito Santo e o reavivamento em nossa denominação e fora dela

Marcos De Benedicto

Crédito da imagem: Adobe Stock

Avivamento, despertamento, reavivamento. Qualquer que seja o nome que se dê à poderosa manifestação do Espírito Santo entre o povo de Deus, o fenômeno se refere a uma renovação da vida espiritual marcada por forte convicção do pecado, quebrantamento, busca intensa do Altíssimo, exaltação de Cristo, interesse pela Palavra, iluminação teológica, vida de oração, participação nos espaços sagrados, comunhão dos crentes, brilho nos olhos, alegria no Senhor, fruto ético no viver, amor ao próximo, iniciativas sociais, engajamento na missão, ousadia para revolucionar o mundo.

Há um renovado interesse pelo Espírito Santo e o reavivamento em nossa denominação e fora dela. Várias igrejas começaram a realizar vigílias e cultos de manhã. Uma das iniciativas de maior sucesso no momento é a Sala 57, que congrega milhares de pessoas em reuniões pela internet. Num estilo informal, a Sala promove longos períodos de pregação, oração e testemunhos.

Em resposta ao amável convite de uma irmã (Lucila) que acredita que o movimento tenha potencial para preparar a igreja para a chuva serôdia, minha esposa e eu assistimos à vigília do grupo no dia 13 de agosto. Com pregações poderosas e momentos marcantes da “oração do santuário”, a reunião terminou depois de 1 hora da manhã em clima de celebração, as famílias se despedindo pelo Zoom com “boa noite com alegria” ou “bom dia com alegria”. Se ainda é cedo para avaliar o impacto real da iniciativa, não resta dúvida de que ela está conseguindo mobilizar muita gente.

O pastor João Wolff, que liderou a igreja na América do Sul de 1980 a 1995, também me ligou recentemente para sugerir que a Revista Adventista publicasse uma matéria sobre o Espírito Santo e o reavivamento. Temos outras sugestões de artigos na gaveta, mas achamos que esse tema mereceria prioridade. Aliás, desde 2010 a sede mundial da igreja vem enfatizado o reavivamento e a reforma. Além disso, vários presidentes que lideraram a igreja a partir dos anos 1930 também perceberam perigo no horizonte e ressaltaram a necessidade de reavivamento.

Escrever sobre reavivamento é um risco, mas não escrever é ainda mais arriscado

Mas será que precisamos mesmo de reavivamento? Bem, você pode responder. Quando o primeiro amor esfria, precisamos de reavivamento. Quando a cultura secular nos influencia mais do que os princípios e valores bíblicos, precisamos de reavivamento. Quando falsos deuses ocupam o trono do coração, precisamos de reavivamento. Quando a defesa de ideologias se torna mais importante do que a apologia do evangelho, precisamos de reavivamento. Quando o ceticismo contamina a fé, precisamos de reavivamento. Quando o mundanismo anula a religião, precisamos de reavivamento. Quando o legalismo suplanta a graça, precisamos de reavivamento. Quando o perfeccionismo teima em mostrar suas garras, precisamos de reavivamento. Quando valorizamos mais os shows das subcelebridades da igreja do que a fiel exposição da Palavra, precisamos de reavivamento. Quando consultamos mais as mídias sociais do que a Bíblia, precisamos de reavivamento. Quando confiamos mais no potencial humano do que no poder divino, precisamos de reavivamento. Quando nos esquecemos de Deus, precisamos de reavivamento. Quando a oração se torna escassa, precisamos de reavivamento. Quando o fogo acaba, precisamos de reavivamento.

Escrever sobre reavivamento é um risco. Ele pode durar pouco e ter distorções. As pessoas podem não ouvir. A responsabilidade do autor aumenta. Mas não escrever é ainda mais arriscado. Por isso, falamos. E oramos com Habacuque (3:2): “Aviva a Tua obra, ó Senhor, no decorrer dos anos”! Que venha o fogo do Céu!

MARCOS DE BENEDICTO é editor da Revista Adventista

(Editorial da edição de setembro de 2021)

Última atualização em 28 de setembro de 2021 por Márcio Tonetti.