Ilumine o mundo

2 minutos de leitura

O papel das publicações adventistas é romper as trevas espessas

Marcos De Benedicto
Crédito da imagem: Adobe Stock

Volte no tempo até o ano de 1900. Imagine que o professor Guilherme Stein Jr. não tivesse ido para o Rio de Janeiro nem decidido publicar a revista O Arauto da Verdade em julho daquele ano, dando origem ao que viria a ser a Casa Publicadora Brasileira. Nesse caso, em 1903, John Lipke não teria conseguido o prelo que havia pertencido à Review and Herald e sido salvo do fogo no ano anterior a fim de continuar seu giro constante no Brasil, acendendo a cada pulsação “a luz que expulsa as trevas do erro”, no poetizar de Isolina Waldvogel. A CPB simplesmente não existiria.

Famílias impactadas pelos livros e revistas da editora ao longo de 120 anos talvez não tivessem sido alcançadas pelo evangelho. Os materiais didáticos não possuiriam a configuração atual. Os nomes ligados à CPB e ao ministério de publicações não teriam a mesma trajetória. Eu mesmo não teria visitado a editora em 1981, colportado por 12 férias, liderado equipes de estudantes nem vindo para a instituição há 33 anos.

Felizmente, a CPB foi fundada. Pequena no início, ela se transformou na maior entre as 60 editoras da igreja no mundo. Vários fatores contribuíram para esse sucesso, incluindo a boa administração, uma equipe capacitada, o relacionamento com a igreja, uma linha completa de materiais didáticos e o eficaz sistema de distribuição, mas entre os principais estão o compromisso com a verdade bíblica, a cultura de oração, a bênção divina e o apoio de leitores como você.

Obviamente, nossa instituição enfrenta desafios semelhantes aos que preocupam a indústria gráfica do país. Entretanto, Deus tem abençoado a editora, que desempenha um papel fundamental na pregação do evangelho. Por isso, ainda que de maneira discreta, devido ao momento atual, celebramos a data.

Não basta acreditar que as publicações ajudarão a iluminar o mundo; precisamos ser transformados em pequenos pontos de luz

Embrutecido pelo pecado, o mundo está cada vez mais confuso. Há um conflito de ideias, visões, narrativas e comportamentos. Satanás tenta envolver todo o planeta em trevas. Nesse contexto, as editoras adventistas têm a missão de ajudar a iluminar a Terra com a luz da verdade, conforme sublinhou Ellen White (Testemunhos Para a Igreja, v. 4, p. 595).

“Depois destas coisas, vi descer do céu outro anjo, que tinha grande autoridade, e a terra se iluminou com a sua glória”, descreveu João em referência ao movimento que proclamará a última mensagem (Ap 18:1). O porte dessa figura angélica, com seu grande poder e sua glória esplêndida, riscando o céu com admirável velocidade, corresponde à grandeza da tarefa: fazer o último apelo para que o povo de Deus saia de “Babilônia”, a civilização do mal.

Com uma frase que se tornou o tema do monumento do centenário da CPB, Ellen White interpretou esse texto apocalíptico: “É em grande parte por meio de nossas casas editoras que se há de efetuar a obra daquele outro anjo que desce do Céu com grande poder e, com sua glória, ilumina a Terra” (O Outro Poder, p. 117). A luz é uma metáfora clássica para o conhecimento e a verdade. Para um período de espessas trevas, Deus envia grande luz. Não é sem motivo que Ellen White usou a palavra “luz” 311 vezes no livro O Grande Conflito!

No entanto, não basta acreditar que as publicações ajudarão a iluminar o mundo. Precisamos ter a vida iluminada pela glória divina e servir como pequenos pontos de luz que, na soma, poderão iluminar a Terra.

MARCOS DE BENEDICTO é editor da Revista Adventista

(Editorial da edição de dezembro de 2020)

Última atualização em 28 de dezembro de 2020 por Márcio Tonetti.