Adotar hábitos saudáveis é uma questão de vida prolongada ou morte antecipada
Uma ferramenta para corrigir ou editar o DNA. Vacina para treinar o sistema imunológico para destruir células cancerígenas. Implantes no cérebro que movem membros robóticos de pessoas amputadas ou paralisadas. Scanners para informar os ingredientes dos alimentos. Impressão de biomateriais e órgãos em 3D. Robô para ajudar enfermeiras a carregar pacientes. Lâmpadas que matam bactérias e desinfetam o ambiente…
Esses são apenas alguns dos avanços e promessas da medicina na atualidade. De fato, a ciência médica atingiu um grau de sofisticação sem paralelo na história. Mas, paradoxalmente, o mundo está se tornando um lugar hostil para quem deseja viver um estilo de vida saudável. Em grande parte, isso ocorre por culpa das próprias pessoas. Os dados não deixam dúvidas:
- Inatividade. De 60 a 85% das pessoas no mundo têm um estilo de vida sedentário, e 1,5 bilhão não se engajam numa rotina mínima de exercícios. A vida sedentária mata cerca de 5,3 milhões de pessoas por ano.
- Insuficiência de sono. Cerca de 17% da população dos países em desenvolvimento e 20% dos países desenvolvidos têm algum tipo de problema de sono. Para a maioria, a dificuldade vem do dia e não da noite.
- Vício. Por exemplo, menos da metade da população mundial (38,3%) ingere bebida alcoólica, mas o consumo médio dos que bebem chega a 17 litros de álcool por ano. Ao redor do globo, 3,3 milhões de pessoas morrem anualmente devido ao consumo de álcool.
- Ar poluído. Mais de 80% das pessoas que vivem em áreas urbanas que monitoram a qualidade do ar estão expostas a altos níveis de poluição.
- Água suja. A poluição de mananciais, rios, lagos e oceanos está se tornando um problema sério. Boa parte dos esgotos/detritos dos 7,4 bilhões de habitantes do planeta ainda vai para a água. Isso sem falar nos poluentes tóxicos.
- Pouca luz solar. Além de matar germes, o sol ajuda o corpo a processar a vitamina D, melhora o humor e pode prolongar a vida. Mas nem todos buscam esses benefícios. Hoje, mais do que nunca, as pessoas passam a vida entre quatro paredes, e isso está prejudicando sua saúde.
- Alimentação inadequada. Em alguns países, o consumo de carne ultrapassa 100 kg por pessoa no ano. Já os vegetarianos, totalizando cerca de 500 milhões, representam uma porcentagem pequena da população mundial. Junto com o consumo cárneo, em muitos casos, vem a obesidade, que afeta 1,9 bilhão de pessoas no mundo e mata 3,4 milhões por ano.
- Vida estressante. Na rotina veloz de hoje, muitos não tiram tempo para se relacionar com Deus. Assim, não encontram descanso para a alma nem energia para a vida.
Todos esses fatores, entre outros, têm prejudicado o viver saudável de milhões de pessoas. Por isso, como povo, precisamos recuperar a prática dos bons hábitos, sem desprezar a fantástica tecnologia médica de hoje. Afinal, Deus deixou um impressionante poder curativo ao nosso alcance. “Por intermédio de agentes naturais, Deus está operando dia a dia, hora a hora, momento a momento, para nos conservar em vida, construir e restaurar-nos”, escreveu Ellen White no maravilhoso livro A Ciência do Bom Viver (p. 112).
A mensagem adventista é holística, e o bem-estar envolve todos os aspectos da vida
Entre os quase 20 milhões de adventistas, é difícil achar alguém que não conheça os oito remédios naturais prescritos pela autora: “Ar puro, luz solar, abstinência, repouso, exercício, regime conveniente, uso de água e confiança no poder divino” (p. 127). Mas quantos praticam todos eles? Ou pelo menos um deles, a alimentação equilibrada? Seguir o regime vegetariano tem um impacto positivo na saúde, como mostra o estudo Advento, tema de capa desta edição.
No entanto, nosso estilo de vida precisa ir além da alimentação. Não foi por acaso que o apóstolo Paulo disse: “Portanto, quer comais, quer bebais ou façais outra coisa qualquer, fazei tudo para a glória de Deus” (1Co 10:31). Com equilíbrio e sem fanatismo, você é convidado a repensar seus hábitos de vida.
MARCOS DE BENEDICTO é editor da Revista Adventista
Última atualização em 16 de outubro de 2017 por Márcio Tonetti.