O brilho das estrelas

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Telescópio James Webb desbrava novas fronteiras e coloca as maravilhas de Deus em outro patamar

Marcos De Benedicto

Foto: Nasa, ESA, CSA, STScI

No dia 12 de julho, uma data especial para mim, como um Abraão perdido no espaço e no tempo, eu escaneava o céu em busca de estrelas sinalizando uma promessa (Gn 15:5), mas não contei muitas delas. Entretanto, no mesmo dia, como um presente do Céu, vi o esplendor das imagens enviadas pelo telescópio James Webb, especialmente a Nebulosa Carina (NGC 3372) com seus magníficos aglomerados estelares. Não eram apenas algumas estrelas, mas milhares de galáxias com bilhões de estrelas! Oh, o poder de Deus e a beleza de Suas obras!

Com tecnologia de vanguarda, o novo telescópio da Nasa, James Webb, cujo nome homenageia o segundo administrador da agência, foi lançado ao espaço em 25 de dezembro de 2021. O plano inicial era lançá-lo em 2007. Mas o atraso, natural nesses empreendimentos sofisticados, criou uma coincidência interessante. Afinal, o telescópio de 10 bilhões de dólares iniciou sua jornada pelo cosmos no convencionado dia do nascimento de Jesus, o Criador do Universo.

Depois de um período de calibragem, o Webb enviou uma galeria de imagens estonteantes que deixaram até os ateus boquiabertos. E muitas outras imagens certamente virão por aí. O novo equipamento tem a capacidade de captar radiação infravermelha e detectar luz além do espectro visível aos olhos humanos.

O objetivo do telescópio é pesquisar a gênese do Universo (ou seja, a formação de galáxias, estrelas e planetas), com a expectativa de encontrar possíveis bioassinaturas no espaço revelando sinais de vida extraterreste. O Webb tem o potencial de alterar nosso conhecimento do Universo. Com o envio das primeiras fotos, o telescópio já acentuou nosso senso de pequenez e nossa admiração pela grandeza do Criador, que desenhou no céu a Sua majestade (Sl 8:1). O poeta hebreu tinha razão: “Os céus proclamam a glória de Deus, e o firmamento anuncia as obras das Suas mãos” (Sl 19:1).

Quanto mais percebemos a complexidade e magnificência do Universo, mais admiramos a grandeza e a genialidade do Artista que o criou

A magnitude do espaço sideral é tão impressionante que, ao comparar nosso planeta com as miríades de galáxias do vasto Universo, só podemos dizer: O que é a Terra, para que Deus Se importe com ela? No entanto, Ele a transformou em um paraíso para abrigar Seus próprios ícones. Micro no macro, somos infinitamente pequenos perto do infinitamente grande. Mas é aqui que Deus veio em carne e, por isso, nosso planeta tem um significado especial.

Evidências como as providas pelo Webb são fascinantes. Infelizmente, muitos cientistas olham pelo lado errado do telescópio. Por isso, em vez de ver Deus, veem os reflexos da própria humanidade. Porém, fé e ciência não são incompatíveis. Na verdade, os teólogos bíblicos contam com a poderosa lente da revelação, o que lhes dá uma enorme vantagem.

“Para o cientista que viveu pela fé no poder da razão, a história termina como um pesadelo”, escreveu o cientista Robert Jastrow. “Ele escalou as montanhas da ignorância; está prestes a conquistar o pico mais alto; e, ao galgar a última rocha, é saudado por um bando de teólogos que estão sentados ali há séculos” (God and the Astronomers [W. W. Norton, 1992], p. 107).

Obviamente, Deus está acima do telescópio mais potente. Nem o Webb pode fotografar o Criador. Mas as marcas da inteligência divina nos encantam cada vez mais. A matéria de capa desta edição capta um pouco dessa grandiosidade. Não deixe de olhar para o céu. Quanto mais percebemos a complexidade e a magnificência do Universo, mais admiramos a grandeza e a genialidade do Artista que o criou.

MARCOS DE BENEDICTO é editor da Revista Adventista

(Editorial da edição de novembro de 2022)

Última atualização em 9 de novembro de 2022 por Márcio Tonetti.