A disposição missionária deve marcar as iniciativas da igreja em todos os níveis
Stanley Arco
Os hebreus se lembravam com alegria de sua libertação da escravidão egípcia, de seu resgate do deserto e de sua entrada na terra prometida. No entanto, com o passar do tempo, as maravilhas da redenção ficaram para trás e, como resultado, o povo fracassou em revelar o caráter divino.
Deus, porém, concedeu uma nova oportunidade ao remanescente. “Naquele dia, o Senhor tornará a estender a mão para resgatar o resto do Seu povo, que for deixado, da Assíria, do Egito, de Patros, da Etiópia, de Elão, de Sinar, de Hamate e das terras do mar. Levantará um estandarte para as nações, ajuntará os desterrados de Israel e recolherá os dispersos de Judá desde os quatro cantos da terra” (Is 11:11, 12). Essa profecia não se cumpriu com o Israel literal, mas se cumprirá em nossos dias, com o Israel espiritual, no momento em que a igreja alcançar todas as nações com a mensagem de salvação, erguendo nelas a bandeira de Cristo e Seu reino.
Na última Comissão Diretiva Plenária da Divisão Sul-Americana, os líderes presentes reafirmaram seu compromisso com o projeto Mission Refocus (Reorientação da Missão). Esse programa envolve as Uniões, Associações, instituições e igrejas locais em iniciativas missionárias cujo propósito é fortalecer as regiões com pouca presença adventista, ou estabelecê-la em áreas ainda não alcançadas. Para que isso ocorra, é necessário:
1. Criar oportunidades desde a igreja local para promover missões regionais e mundiais. De janeiro de 2022 até o momento, 396.146 jovens dedicaram suas férias para cumprir a missão, participando do projeto Calebe.
2. Despertar uma geração de voluntários missionários, impactando sua vida, a igreja e a comunidade. Durante 2023, mais de 700 jovens decidiram dedicar este ano de sua vida em um projeto especial, o Um Ano em Missão (OYiM). Por sua vez, o Serviço Voluntário Adventista conta na atualidade com 158 jovens no campo missionário mundial. Além disso, Uniões, Campos e instituições estão promovendo ativamente as chamadas viagens missionárias.
3. Trocar ações e experiências entre Uniões e instituições brasileiras e hispanas para orar e participar de iniciativas missionárias.
4. Avaliar e dar continuidade ao projeto Missionários Para o Mundo, que enviou e tem sustentado – em parceria com Uniões, Campos e instituições – 21 famílias em regiões desafiadoras.
5. Investir recursos e enviar missionários a países específicos da Divisão Sul-Asiática do Pacífico.
“Estamos aguardando e vigiando a grande e terrível cena que encerrará a história da Terra. Mas não devemos simplesmente esperar; devemos estar vigilantemente trabalhando com relação a esse solene acontecimento. A igreja viva de Deus estará aguardando, vigiando e trabalhando. Ninguém deve ficar numa posição neutra. Todos devem representar a Cristo num esforço ativo e sincero para salvar as pessoas que perecem” (Ellen G. White, Testemunhos para Ministros e Obreiros Evangélicos, p. 163).
Tive a alegria de visitar a primeira igreja da América do Sul, em Crespo, Argentina. Entre o antigo templo, hoje museu, e o atual, um simples monumento recorda o espírito dos abnegados pioneiros. Eles sofreram todo tipo de privações e renúncias para nos trazer o evangelho. Não é obrigatório aplaudir, mas é fundamental imitar, saldar nossa dívida de gratidão e levar esperança até os confins da terra. A inscrição no monumento diz: “Por Seu Espírito eles começaram; por Seu Espírito nós terminaremos.” Que isso ocorra nesta geração!
STANLEY ARCO é presidente da Igreja Adventista para a América do Sul
(Texto publicado na seção Bússola da Revista Adventista de junho/2023)
Última atualização em 16 de junho de 2023 por Márcio Tonetti.