Eu vou

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Em todos os lugares há vidas quebradas que precisam de um toque de fé e esperança

Stanley Arco

Foto: Adobe Stock

Com a filha de 12 anos gravemente doente, Jairo, o dignitário judeu, apesar do preconceito e da oposição, buscou a ajuda de Jesus. A aparente demora no tratamento transformou a doença em morte, mas o poder e o amor de Jesus, além da fé do pai, transformaram a morte em vida. Outra mulher anônima, doente havia 12 anos, que já tinha gastado todos os recursos e perdido a esperança, encontrou saúde e salvação num toque de fé e restauração. Ambas foram alcançadas pelo “Eu vou” de Jesus.

A cegueira era considerada um castigo divino. O grito “Jesus, filho de Davi, tenha compaixão” foi ouvido e foram abertos os olhos físicos e espirituais de dois cegos. Um homem mudo endemoninhado, quebrado por seu silêncio e por seus demônios, foi restaurado em corpo e alma. Enquanto os fariseus murmuravam, a multidão ficou maravilhada. Nada parecido com aquilo jamais havia sido visto em Israel.

“Ao ver as multidões, Jesus Se compadeceu delas, porque estavam aflitas e exaustas como ovelhas que não têm pastor” (Mt 9:36). Aqui Jesus resume o propósito de Sua vida e missão. Ele é o grande Eu Sou e também o grande Eu Vou.

Em todos os lugares há vidas quebradas, cansadas, dilaceradas, aflitas e abandonadas que precisam de um toque de fé e esperança. Perdemos a capacidade de admiração e reação diante do aumento diário da dor e do sofrimento. Isso não vai acontecer indefinidamente. Desde a eternidade, Deus está no controle de todas as coisas.

Cada adventista tem o desafio de alcançar 136 pessoas com a bendita esperança

Fomos chamados por Deus para proclamar a bendita esperança a este mundo confuso e moribundo. Ellen White declarou: “Deus estabeleceu, porém, um dia para o término da história deste mundo: ‘Será pregado este evangelho do reino por todo o mundo, para testemunho a todas as nações. Então virá o fim.’ […] Perto está o dia em que será decidido para sempre o destino de toda pessoa” (Eventos Finais, p. 16).

“Trabalhemos, oh, trabalhemos, tendo em vista a eternidade! Tenhamos presente que todas as faculdades devem ser santificadas. Uma grande obra tem que ser feita”, diz a autora (Testemunhos Para a Igreja, v. 9, p. 47).

“Não haverá ninguém salvo no Céu com uma coroa sem estrelas. Se você entrar ali, haverá alguma pessoa nas cortes da glória que encontrou entrada ali por seu intermédio”, a mensageira comenta (Eventos Finais, p. 282).

Hoje, na Divisão Sul-Americana, somos uma grande família com mais de 2,5 milhões de irmãos e irmãs em uma população de quase 350 milhões de habitantes. Cada adventista tem o desafio de alcançar 136 pessoas com a bendita esperança. Para efeito de comparação, seria como se cada um tivesse que cuidar de um prédio inteiro de 12 andares, com três famílias em cada andar.

Agradeço a Deus por tantos irmãos dedicados, a exemplo da irmã Bertha Limaco, da Igreja Central de Piura A, no norte de Peru. Ela tem 65 anos e, pela graça de Deus, plantou uma nova igreja. Em 2021 já levou 15 pessoas ao batismo e está estudando a Bíblia com outras 25 pessoas. É inspirador ouvi-la dizer: “Sou missionária e, nas horas vagas, trabalho numa empresa familiar.”

No momento certo, Jesus disse: “Eu vou à Terra buscar e salvar.” Isso ocorreu para que eu também possa dizer: “Eu vou buscar e salvar. Eu vou fortalecer minha dependência do Senhor. Eu vou me encarnar na multidão quebrantada. Eu vou procurar ovelhas errantes e feridas, para que o Senhor as restaure e salve.”

Estou indo. Vamos?

STANLEY ARCO é presidente da Igreja Adventista para a América do Sul

(Artigo publicado na seção Bússola da edição de julho de 2021 da Revista Adventista)