O sucesso da educação adventista deve ser atribuído ao propósito de sua existência
Stanley Arco
Em 1893, Richard B. Craig, primeiro diretor de colportagem enviado pela Associação Geral para a América do Sul, fundou, com o auxílio de sua esposa, a primeira escola adventista na região. A escola funcionava em sua própria casa, localizada em Buenos Aires, na Argentina.
Desde essa iniciativa, que contava com poucos alunos, a educação adventista trilhou um caminho repleto de desafios e crescimento, sempre inspirada e guiada pelo Senhor. Esse progresso pode ser atribuído a vários fatores:
1. Formação integral fundamentada na Bíblia. “A verdadeira educação […] é o desenvolvimento harmonioso das aptidões físicas, mentais e espirituais. Prepara o aluno para a satisfação de servir neste mundo e para uma alegria mais elevada proporcionada por um serviço ainda mais amplo, relacionado com o mundo futuro” (Educação [CPB, 2021], p. 7).
2. Expansão global. A educação adventista forma uma das maiores redes confessionais do mundo, com escolas e universidades em 165 países. São 9.836 unidades, com 117.115 professores dedicados, atendendo 2.173.886 alunos. Desse total, 975 centros educacionais pertencem à Divisão Sul-Americana, que conta com 20.066 professores, responsáveis por 406.051 alunos.
3. Ministério confiável. A educação adventista é amplamente reconhecida por sua qualidade acadêmica e formativa.
4. Capacidade de atualização. A educação adventista revisa constantemente seus planos estratégicos, buscando um crescimento sustentável tanto do ponto de vista educacional quanto estrutural.
Tudo isso tem contribuído para transformar vidas. Milton Soldani Afonso nasceu em 12 de dezembro de 1921, em Nova Lima, na região metropolitana de Belo Horizonte (MG), em um lar muito pobre. Ele cresceu em uma casa pequena e úmida, localizada nos fundos de uma serraria. Seu pai costumava gastar o pouco dinheiro que ganhava em jogos de azar, bebidas e cigarros.
Certo dia, sua mãe foi convidada a participar de conferências evangelísticas. Ela aceitou o convite, estudou a Bíblia e decidiu ser membro da Igreja Adventista. Com o tempo, percebeu que a única maneira de superar as influências negativas do ambiente e proporcionar uma vida melhor para o filho seria enviá-lo para uma escola confessional. Ela trabalhou arduamente para pagar seus estudos, chegando a hipotecar sua máquina de costura, a fim de cobrir parte dos custos. Milton, que na infância vendia doces e biscoitos nas ruas, tornou-se um colportor estudantil dedicado. Em 1941, foi destaque de vendas da colportagem no Brasil.
Sua trajetória foi marcada pela fidelidade a Deus e por sua visão missionária. Como advogado destacado, empresário de sucesso e filantropo excepcional, foi reconhecido internacionalmente por suas contribuições significativas à educação, à comunicação e ao evangelismo. Muitos templos, escolas, colégios, universidades e emissoras de rádio e TV devem sua existência à bênção de Deus e à generosidade do doutor Milton Afonso. Além disso, milhares de pessoas devem parte de sua formação educacional às bolsas de estudos que eram oferecidas por ele.
A relevância da educação adventista reside na formação de pessoas comprometidas com o serviço à comunidade e com a missão da igreja. O doutor Milton Afonso tem 102 anos de idade, enquanto a educação adventista na América do Sul completa 131 anos. No entanto, o propósito de Deus é que os frutos dessa obra sejam mais do que centenários, perdurando para sempre nas vidas restauradas, porque “educar é redimir”.
STANLEY ARCO é presidente da Igreja Adventista para a América do Sul
(Artigo publicado na seção “Bússola” da Revista Adventista de novembro/2024)
Última atualização em 5 de novembro de 2024 por Márcio Tonetti.