O legado de 40 anos da Adra na América do Sul
Stanley Arco
A situação tornava-se cada vez mais desafiadora, e a qualidade de vida era precária. Luiza e sua família optaram por deixar a Venezuela em busca de uma nova vida no Brasil. Enquanto procurava emprego, ela se candidatou à vaga de voluntária na Agência Adventista de Desenvolvimento e Recursos Assistenciais (Adra), regional Amazonas. Ao longo de cinco meses, dedicou-se ao atendimento às pessoas e encontrou não apenas assistência material, mas algo ainda mais valioso: a fé. Por meio de cultos matinais, ela teve a oportunidade de se familiarizar com a mensagem de Jesus. Embora a jornada não tenha sido fácil, a coragem de buscar uma vida melhor valeu a pena. Atualmente, Luiza é colaboradora da Adra e, em maio deste ano, ela, o esposo e o filho foram batizados.
Histórias de vidas restauradas se repetem milhares de vezes. Na América do Sul, apenas em 2022, 1.112.542 pessoas foram alcançadas por meio de 290 projetos de desenvolvimento ou de resposta humanitária. Mais de 72 milhões de dólares foram mobilizados em parceria com diversos colaboradores e doadores. São 4.063 servidores e milhares de voluntários dedicados a ações sociais que atendem às necessidades locais, fornecendo respostas a emergências, formando grupos para missões de curta duração em comunidades distantes ou em colaboração com o Serviço Voluntário Adventista. Esses voluntários trabalham por períodos de seis meses ou mais nos projetos da Adra, a fim de cumprir a nobre missão de “servir à humanidade para que todos possam viver como Deus planejou”.
A história da Adra teve início em novembro de 1956, sob o nome de Serviço de Assistência Social Adventista (Saws, em inglês). Em 1965, a agência expandiu suas atividades para a América do Sul, adotando o nome, no Brasil, de Assistência Social Adventista (ASA). Nos anos 70, a organização ampliou suas ações, implementando programas direcionados ao desenvolvimento de longo prazo. Como resultado, em 1973, a Adra passou a ser denominada Serviço Mundial Adventista.
SOMOS AS MÃOS DO SENHOR PARA AUXILIAR OS QUE SOFREM E PROPORCIONAR-LHES ALÍVIO, APOIO E ESPERANÇA
Em 1983, a organização passou a se chamar Adra. Atualmente, a agência está presente em mais de 130 países, beneficiando anualmente cerca de 20 milhões de pessoas. Em 1997, a Adra recebeu o Status Consultivo Geral das Nações Unidas. Agradecemos a Deus pelos 40 anos de atuação da agência na América do Sul, pois em todos os lugares em que ela está presente, a comunidade é assistida, as pessoas são aliviadas e as igrejas são fortalecidas no serviço. Expressamos nosso profundo sentimento de gratidão aos líderes, colaboradores, voluntários, parceiros e doadores, assim como à igreja, pelo apoio e participação em aliviar a dor daqueles que sofrem.
Mateus 24:3 registra a pergunta dos discípulos sobre a vinda de Jesus e o fim dos tempos. A resposta enfatiza não o “quando” isso ocorrerá, mas “quem” estará preparado para o segundo advento. O foco está no servo fiel e prudente que, quando Jesus voltar, será encontrado cumprindo seu dever. No capítulo 25, Cristo esclarece que esse servo é aquele que tem o Espírito Santo, alimenta-se da Palavra e usa seus talentos a serviço do Senhor, especialmente em benefício dos necessitados. Esses fiéis ouvirão as palavras de aprovação: “Muito bem, servo bom e fiel; você foi fiel no pouco, sobre o muito o colocarei; venha participar da alegria do seu senhor” (Mt 25:21).
Diante de tanta dor e sofrimento, somos as mãos do Senhor para auxiliar os que sofrem e proporcionar-lhes alívio, apoio e esperança. Isso fica evidente em uma carta que recebi de uma beneficiária dos projetos de nossa agência: “Encontrava-me em absoluta escuridão, e o Senhor trouxe-me a luz. Senti-me abraçada por Ele por meio da Adra. Nascida no coração de Deus, apenas no Céu compreenderemos o alcance da Adra na vida de tantas pessoas.” Abramos nosso coração, renovemos nosso compromisso com os necessitados e trabalhemos para ver, em breve, a vinda de Jesus.
STANLEY ARCO é presidente da Igreja Adventista para a América do Sul
(Artigo publicado na seção Bússola da Revista Adventista de dezembro/2023)
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Última atualização em 1 de dezembro de 2023 por Márcio Tonetti.