Palavra viva

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Um chamado ao compromisso com o estudo e a mensagem das Escrituras Sagradas

Stanley Arco

Crédito da imagem: Adobe Stock

Quando criança, meu tio Ezequiel Pinheiro de Freitas nutria o desejo de transcrever toda a Bíblia, enquanto observava seu pai estudá-la. Ele começou escrevendo o livro de Gênesis em forma de rolo, mas logo desistiu, percebendo a falta de praticidade. Entretanto, na vida adulta, o sonho renasceu, e ele dedicou suas horas livres a esse projeto, levando quatro anos e meio para concluir a tarefa.

De fato, a experiência do meu tio ilustra um dado interessante. Conforme informações da pesquisa intitulada Retratos da Leitura no Brasil, a Bíblia emerge como o livro mais lido nos últimos anos (2007-2019), sendo também o mais impactante na vida dos leitores brasileiros.

Como igreja, desejamos que esta seja a realidade de cada adventista na América do Sul: ter a Bíblia como fundamento da teologia e do estilo de vida. Por isso, em maio, na Comissão Diretiva Plenária da Divisão Sul-Americana, nós, os pastores dirigentes, assumimos o compromisso de colocar a Palavra no centro da nossa vida e na da nossa família, além de fazê-la a base de todas as nossas decisões administrativas e ações na igreja e na comunidade, convidando outros a compartilhar desse compromisso.

AS PALAVRAS E EXPERIÊNCIAS HUMANAS DESAPARECEM, MAS A PALAVRA VIVA DO SENHOR PERMANECE PARA SEMPRE

As palavras e experiências humanas desaparecem, mas a Palavra viva do Senhor permanece para sempre. O apóstolo Pedro afirmou: “Assim, temos ainda mais segura a palavra profética, e vocês fazem bem em dar atenção a ela, como a uma luz que brilha em lugar escuro, até que o dia clareie e a estrela da alva nasça no coração de vocês. Primeiramente, porém, saibam que nenhuma profecia da Escritura provém de interpretação pessoal; porque nunca jamais qualquer profecia foi dada por vontade humana; entretanto, homens falaram da parte de Deus, movidos pelo Espírito Santo” (2Pe 1:19-21). Gostaria de destacar três pontos sobre a Bíblia extraídos desse texto.

Em primeiro lugar, ela é Palavra autorizada, escrita pelo ser humano, mas de origem divina. Aquele que inspirou as Escrituras nos ilumina e guia a toda a verdade, possibilitando-nos vivê-la e transmiti-la.

Além disso, ela é Palavra segura. Pedro teve uma experiência verdadeira no Monte da Transfiguração que confirmou as profecias, mas ele, à semelhança de Jesus, priorizou o testemunho das Escrituras.

Finalmente, ela é Palavra que ilumina (Sl 119:105). Cristo é a Luz do mundo (Jo 8:12) e nos convida a refletir Seu brilho (Mt 5:14), a partir de nosso conhecimento das Escrituras. Enquanto para os infiéis, a noite será cada vez mais escura, para os fiéis, a luz será cada vez mais clara, até raiar o dia final.

A Palavra é viva porque seu Autor vive. Ela é mais do que som; é algo poderoso. O salmista declarou: “Os céus por Sua palavra se fizeram, e, pelo sopro de Sua boca, o exército deles. […] Pois Ele falou, e tudo se fez; Ele ordenou, e tudo passou a existir” (Sl 33:6, 9). Essa Palavra viva origina a vida, mantém a vida e restaura a vida!

Proponho-lhe que se apegue tanto à Bíblia que ela seja sempre mantida no alto em seu viver, em todo momento e lugar, dando testemunho de seu caráter restaurador e vivificador. Você aceita? 

STANLEY ARCO é presidente da Igreja Adventista para a América do Sul

(Artigo publicado originalmente na seção Bússola da Revista Adventista de junho/2024)

Última atualização em 24 de junho de 2024 por Márcio Tonetti.