Uma filosofia da música

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O novo hinário veio para reforçar nossas crenças, fortalecer nossa identidade e impulsionar nossa maior esperança

Stanley Arco

Crédito da imagem: Adobe Stock

No dia 8 de julho, foi lançado pela Casa Publicadora Brasileira o novo Hinário Adventista do Sétimo Dia em português. Ele foi reformulado para dar maior destaque à identidade doutrinária adventista. O hinário sempre foi uma inspiração em nossos cultos. Desejamos que esses louvores sejam parte constante da adoração em nossos templos, no evangelismo, nos pequenos grupos e nos cultos familiares e que inspirem gerações a continuar com o foco na missão e a se preparar para aquele grande dia.

Visto que Deus fez o ser humano à Sua imagem, compartilhamos o amor e o apreço pela música com todos os seres criados. Mas, por causa do pecado, a música não é moral nem espiritualmente neutra. Ela pode nos elevar a uma experiência humana mais sublime ou pode ser usada pelo príncipe do mal para nos rebaixar e degradar, para despertar sensualidade, paixões, desespero, ira e ódio.

“Quando bem utilizada, a música é uma grande bênção, mas, quando mal usada, é uma terrível maldição”, advertiu Ellen White (O Lar Adventista [CPB, 2021], p. 336-337). “Se corretamente empregada, é um dom precioso de Deus, destinado a elevar os pensamentos para coisas mais altas e nobres, a inspirar e engrandecer a mente e o coração” (Educação [CPB, 2021], p. 117).

Ao proclamar as três mensagens angélicas de Apocalipse 14:6 a 12, chamamos todas as pessoas a aceitar o evangelho eterno, louvar o Criador e a se preparar para o breve retorno do Senhor (Tt 2:12, 13).

O evangelho impacta todos os aspectos da vida, inclusive a música. Portanto, considerando o vasto potencial da música para o bem ou para o mal, não podemos ser indiferentes a ela. Embora os gostos musicais variem de pessoa para pessoa, acreditamos que a Bíblia e os escritos de Ellen White devem moldar nossas escolhas.

Como parte de nossa mensagem profética, devemos oferecer uma contribuição musical adventista distinta

A música sacra centraliza-se em Deus e em temas bíblicos e cristãos. Ela não deve evocar associações seculares nem promover a conformidade com normas mundanas. Em toda música que o cristão ouvir, interpretar ou compuser, devem ser seguidos os seguintes princípios:

  • Glorificar a Deus. Este é o princípio bíblico fundamental (1Co 10:31). Como seguidores de Jesus Cristo, esperamos nos unir aos coros celestiais e consideramos a vida na Terra uma preparação para a vida futura.
  • Escolher o mais nobre e o melhor. O apóstolo Paulo estabeleceu este princípio para todas as áreas da vida (Fp 4:8).
  • Incentivar o crescimento espiritual e intelectual. A música deve ser de qualidade, equilibrada e apropriada.
  • Revelar criatividade e harmonia. Ela deve ser usada de forma interessante e artística, com ritmos que a complementem.
  • Utilizar letras que estimulem nossas habilidades intelectuais, nossas emoções e nossa força de vontade. Devem concentrar-se no positivo e refletir valores que correspondam ao “assim diz o Senhor”.
  • Transmitir valores de forma equilibrada. Os elementos musicais e literários devem operar harmoniosamente para influenciar o pensamento e a conduta em concordância com os valores bíblicos.

Compor, escrever e louvar implicam exaltar o Senhor, pois Ele é digno “de receber a glória, a honra e o poder” (Ap 4:11). Precisamos de uma visão musical adequada para que, como parte de nossa mensagem profética, possamos oferecer uma contribuição musical adventista distinta como um testemunho fiel de um povo que espera o breve retorno de Cristo.

STANLEY ARCO é presidente da Igreja Adventista para a América do Sul

(Artigo publicado na seção Bússola da Revista Adventista de setembro de 2022)

Última atualização em 30 de agosto de 2022 por Márcio Tonetti.