Casa de salvação

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Há 125 anos, a CPB tem publicado esperança e transformado vidas

Wellington Barbosa

Crédito: CPB

Às vezes, somos tomados por sentimentos inexplicáveis. Em 2010, eu pastoreava um distrito em Curitiba (PR) e, enquanto acompanhava um evento transmitido pela TV Novo Tempo, fui surpreendido por um videoclipe da Casa Publicadora Brasileira, em alusão aos seus 110 anos. Tratava-se de uma produção bem elaborada, com uma música belíssima, que chamou minha atenção e me fez olhar para a editora sob uma perspectiva diferente. O refrão dizia:

Esta Casa tem história que inspira o coração

Tem um alvo, tem um rumo, um papel, uma missão

Que é pregar o evangelho de esperança, amor e luz

Anunciando a todo mundo o retorno de Jesus.

Ao terminar de ouvir a canção, fiquei emocionado ao refletir sobre a nobreza do trabalho realizado pela CPB. De fato, sua produção editorial é parte indispensável da vivência adventista no dia a dia: Bíblia, hinário, devocional, Lição da Escola Sabatina, livros, revistas e materiais de apoio dos diversos ministérios da igreja passam por suas máquinas. Além disso, para aqueles que, assim como eu, tiveram a oportunidade de colportar, a venda de suas obras permite obter recursos para estudar e alcançar sonhos que, para muitos, parecem inalcançáveis.

Embora estejamos cercados por tanta literatura produzida pela editora, nem sempre nos damos conta de sua presença marcante. Por isso, naquele dia, senti algo diferente. Foi como se escamas tivessem caído dos meus olhos, permitindo-me enxergar com mais nitidez a relevância de sua existência para minha vida. O fato curioso é que eu nunca havia visitado a CPB e jamais poderia imaginar que, algum tempo depois, faria parte de seu grupo de colaboradores.

Mais do que papel e tinta, a literatura da Casa Publicadora Brasileira tem como propósito anunciar a salvação

A impressão que tenho, após mais de uma década de ministério na editora, é que o sentimento de gratidão a Deus pela Casa Publicadora Brasileira só aumenta. Ao refletir sobre o fato de estarmos inseridos no fluxo de uma história de 125 anos, marcada pela fidelidade ao Senhor, pelo compromisso com a mensagem, pela paixão pela missão e busca contínua da excelência, considero isso um grande privilégio e, ao mesmo tempo, uma tremenda responsabilidade.

À medida que nos aproximamos do tempo do fim, tenho convicção ainda maior quanto ao papel da obra editorial na última colheita. Embora algumas pessoas questionem a efetividade da distribuição de literatura diante da popularização dos recursos digitais, continuo crendo na palavra profética. Ellen White afirmou:

“Foi-me mostrado que apenas poucas pessoas têm uma ideia correta do que a distribuição de revistas e folhetos está realizando. A obra missionária, ao fazer circular as publicações sobre a verdade presente, está abrindo portas em todos os lugares, e preparando as mentes para receber a verdade dos lábios do pregador vivo quando este chegar. O êxito que resulta do trabalho dos ministros no campo não se deve unicamente aos seus esforços pessoais, mas, em grande medida, à influência da leitura que tem iluminado a mente das pessoas e eliminado o preconceito. Assim, muitos se tornam suscetíveis à influência da verdade quando esta lhes é apresentada” (Ministério Pastoral [CPB, 2024], p. 115).

Portanto, mais do que papel e tinta, há 125 anos a literatura da Casa Publicadora Brasileira tem como propósito proclamar o evangelho, instruir na verdade, edificar a fé, desenvolver o caráter, promover a saúde e educar para a eternidade, preparando pessoas para o encontro com Cristo. Não sei por quanto tempo ainda teremos liberdade para isso; no entanto, creio que cumpriremos nossa missão nesta geração.

Maranata! 

WELLINGTON BARBOSA é editor da Revista Adventista

(Editorial da edição de junho/2025)

Última atualização em 16 de junho de 2025 por Márcio Tonetti.