O cenário dos eventos finais está sendo construído, e o Senhor conta com nossa ajuda
Wellington Barbosa

Quando eu era criança, tinha uma grande curiosidade em entender como os artesãos conseguiam inserir um barco dentro de uma garrafa, criando aquelas belas peças decorativas. A origem dessa prática é incerta, mas o exemplar mais antigo remonta a 1784, sendo obra do italiano Giovanni Biondo, um capitão que desejou homenagear a Marinha de Veneza com esse curioso artesanato.
A maneira mais simples de fabricar essa peça requer talento, paciência e precisão. O artesão constrói o barco em miniatura com velas e mastros móveis inclinados para baixo, ligados por um pequeno cordão. Durante o processo, assegura-se de que o diâmetro do casco com as estruturas inclinadas seja inferior ao da boca da garrafa. Após decorar o interior do recipiente, o artesão insere o barco e fixa-o no vidro. Com o casco colado, puxa o cordão, erguendo os mastros e hasteando as velas. Peças raras e antigas, ainda que pequenas, podem superar a marca de R$ 5 mil.
De certa forma, vejo nesse processo uma ilustração sobre o tempo do fim. Assim como o artesão, Deus está no controle da preparação de um cenário que, dia após dia, avança para o clímax das profecias apocalípticas. A moralidade encontra-se em franca decadência; guerras e conflitos armados eclodem em diferentes partes do mundo; a intolerância começa a ganhar legitimidade em diversos contextos; as consequências da degradação ambiental são percebidas com maior intensidade; as estruturas financeiras parecem cada vez mais intrincadas; e a tecnologia tem conectado tudo e todos, tornando a verdadeira privacidade uma condição quase utópica. Até mesmo os cientistas, muitos deles céticos, indicam que falta pouco para o colapso da humanidade (link.cpb.com.br/c4961c).
Embora meios de comunicação como rádio, televisão e internet desempenhem um papel importantíssimo, não podemos prescindir da literatura missionária
Enquanto o planeta amadurece para o desfecho de sua história de pecado, o Senhor tem conduzido um remanescente que se levanta para pregar “aos que habitam na terra, e a cada nação, tribo, língua e povo” (Ap 14:6), utilizando todos os recursos para que conheçam e aceitem a última mensagem de juízo e misericórdia, antes que a porta da graça se feche e o destino eterno das pessoas seja selado. Embora meios de comunicação como rádio, televisão e internet desempenhem um papel importantíssimo nesse processo, não podemos prescindir do mensageiro silencioso que é deixado nos lares em tempos de liberdade: nossa literatura missionária.
Conforme salienta Lemuel Jiménez, “circunstâncias terríveis logo forçarão as pessoas a questionar seriamente tudo o que consideram verdade. Nesse momento, os livros proverão resposta a milhões de pessoas que hoje não frequentam igreja alguma. Embora atualmente a televisão e o rádio transmitam a verdade para milhões, chegará o tempo em que esse tipo de conteúdo não estará mais disponível. Somente quem tiver um livro cheio de verdade ou outra publicação em mãos encontrará refúgio dos enganos mortais do tempo do fim” (A Última Voz [CPB, 2020], p. 79).
“Deus logo fará grandes coisas por nós se nos prostrarmos aos Seus pés humildes e crentes […]. Mais de mil pessoas serão convertidas em breve, em um dia, a maioria das quais atribuirá suas primeiras convicções à leitura de nossas publicações” (Ellen G. White, O Colportor-Evangelista [CPB, 2024], p. 108).
Quando o Senhor finalmente puxar o cordão, todas as coisas estarão em seu devido lugar, e teremos diante de nossos olhos a tão sonhada redenção. Até lá, façamos nossa parte, semeando a mensagem por meio de nossa literatura!
WELLINGTON BARBOSA é editor da Revista Adventista
(Editorial da edição de março/2025)
Última atualização em 5 de março de 2025 por Márcio Tonetti.