Juiz salvador

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No tribunal divino, a graça fala mais alto

Wellington Barbosa

Imagem generativa: Renan Martin

Recentemente, faleceu Frank Caprio, conhecido internacionalmente como o “juiz mais gentil do mundo”. Responsável pela Corte Municipal de Providence, no estado de Rhode Island (EUA), sua fama se popularizou nas redes sociais pela maneira cordial e equilibrada com que conduzia os julgamentos.

Em um de seus vídeos mais conhecidos, Caprio julga o caso de uma jovem mãe solo que comparece ao tribunal para responder por nove infrações de trânsito, incluindo avanço de sinal vermelho e excesso de velocidade. Em sua defesa, ela explica que muitas das violações ocorreram enquanto fugia de uma situação de violência doméstica, levando consigo a filha de nove anos.

O juiz ouve atentamente o relato e demonstra sensibilidade quanto à questão da segurança pessoal e perseguição, embora reconheça que nem todas as infrações estivessem diretamente ligadas a essa situação. Diante da aparente dificuldade financeira da jovem, Caprio decide ajudá-la a pagar as multas com recursos provenientes de doações recebidas de pessoas compassivas ao redor do mundo. Assim, a multa, que totalizava 350 dólares, foi reduzida para 125. O vídeo termina com a mulher emocionada, aproximando-se do juiz para lhe dar um abraço.

A atitude justa e empática de Caprio, além de ser uma inspiração, é uma pálida ilustração Daquele que podemos chamar de “o Juiz mais gentil do Universo”. Séculos de uma visão distorcida acerca de Deus e de Sua justiça fizeram com que a sociedade O enxergasse como alguém implacável, que inspira medo e está pronto a condenar os seres humanos. Contudo, as Escrituras revelam um perfil diferente desse Magistrado.

No julgamento celestial, um Juiz amoroso e um Advogado compassivo agem em favor daqueles que aceitam a oferta da salvação

O Senhor é um Juiz justo e fiel (Sl 96:10,13), que não Se impressiona com aparências ou religiosidade exterior, mas olha para o coração e valoriza atitudes de justiça, misericórdia e integridade (Mq 6:8; Rm 2:6-11). Seu julgamento não é motivado pela condenação, mas pelo amor, sendo um chamado à redenção, restauração e esperança (Jo 3:17). Em vez de temê-Lo como um tirano, somos convidados a confiar em Sua graça e andar em Seus caminhos com fé e humildade.

No julgamento celestial, um Juiz amoroso e um Advogado compassivo agem em favor daqueles que aceitam a oferta da salvação. O apóstolo Paulo escreveu: “Visto, portanto, que temos um grande Sumo Sacerdote que entrou no céu, Jesus, o Filho de Deus, apeguemo-nos firmemente àquilo em que cremos. Nosso Sumo Sacerdote entende nossas fraquezas, pois enfrentou as mesmas tentações que nós, mas nunca pecou. Assim, aproximemo-nos com toda confiança do trono da graça, onde receberemos misericórdia e encontraremos graça para nos ajudar quando for preciso” (Hb 4:14-16, NVT).

O quadro que a Bíblia nos apresenta é infinitamente mais gracioso e impressionante do que qualquer cena em um tribunal humano, ainda que protagonizada por Frank Caprio. Diante do Juiz de toda a Terra, temos uma dívida impagável. No entanto, Ele providenciou um meio de pagamento: a morte de Seu Filho, capaz de quitar em absoluto e para sempre nosso débito. O que você está disposto a fazer para demonstrar sua gratidão a Ele? 

WELLINGTON BARBOSA é editor da Revista Adventista

(Editorial da edição de outubro/2025)

Última atualização em 7 de outubro de 2025 por Márcio Tonetti.