Anunciar o evangelho sempre será a prioridade da Igreja Adventista do Sétimo Dia
Wellington Barbosa
Talvez você ache curiosa nossa decisão de ilustrar a capa desta edição histórica com a releitura de uma ilustração de Harry Anderson, feita para a 45ª Assembleia da Associação Geral, realizada em Washington, D.C., em 1946. Mas, quando vimos a imagem e compreendemos o contexto, consideramos que seria algo interessante e oportuno, pois conecta passado e presente por meio de uma arte que transcende o tempo.
Naquela ocasião, a liderança da igreja teve que mudar de última hora o local de realização do encontro, que seria em St. Louis (EUA), para a capital do país, devido à falta de acomodações para os quase 900 delegados esperados e milhares de visitantes que tradicionalmente costumam acompanhar a abertura e o encerramento da reunião. Os impactos da 2ª Guerra Mundial haviam sido determinantes para essa alteração.
De fato, a Igreja Adventista do Sétimo Dia foi afetada de diversas maneiras pelo conflito, que ocorreu especialmente na Europa, Ásia e ao Norte da África. Pastores e membros pereceram, vítimas de ofensivas militares, perseguição, doenças e fome. Igrejas, escolas, editoras e instituições de saúde foram destruídas ou seriamente danificadas. Associações, Uniões e Divisões tiveram sua organização administrativa desarticulada, comprometendo o atendimento às suas regiões. Limitações de comunicação e transporte dificultaram a gestão e prejudicaram a expansão denominacional.
Além dessas perdas e dificuldades, a igreja sentiu o quanto seus membros estavam feridos emocional e espiritualmente. A polarização política, econômica e social emergente comprometia a unidade do povo de Deus e ameaçava os melhores esforços para que o evangelho fosse pregado em todo mundo.
A soberania divina continua guiando cada passo do movimento adventista, rumo ao futuro glorioso
Considerando o cenário complexo, o então presidente mundial da igreja, James McElhany, afirmou em sua mensagem de abertura: “Apesar de todos os perigos e perplexidades pelos quais este mundo passou, estou plenamente consciente do grande e reconfortante fato de que o Deus do Céu ainda governa os assuntos da humanidade” (“The President’s Address”, Review and Herald, edição especial, 6/6/1946, p. 5).
Quase 80 anos depois, observamos um contexto tão desafiador quanto o da metade do século 20. Conflitos armados, multipolarização ideológica, crises humanitárias, decadência moral e distorções religiosas se espalham pelo mundo. Apesar do crescimento da Igreja Adventista no pós-guerra, ainda somos poucos, quando comparados aos 8 bilhões de habitantes do planeta. Mesmo assim, acreditamos que “o Deus do Céu ainda governa os assuntos da humanidade”.
A crença de que a mensagem do advento deve ser pregada a “cada nação, tribo, língua e povo” nesta geração continua como alvo norteador para os adventistas. Dessa vez em St. Louis, entre os dias
3 e 12 de julho, representantes dos mais de 210 países em que a igreja se encontra estabelecida estiveram reunidos para deliberar sobre liderança, procedimentos e objetivos para que a missão seja cumprida.
A capa desta edição, inspirada na proposta de 1946, apresenta os líderes mundiais e sul-americanos da igreja diante do chamado renovado para alcançar aqueles que precisam ouvir sobre a salvação em Cristo. Assumamos o compromisso de orar por eles, por nossa igreja, pelos perdidos e por nós mesmos, a fim de que façamos nossa parte no campo missionário. Seja do outro lado da rua ou do outro lado do mundo, brademos em alta voz: “Jesus está voltando, eu vou!”
WELLINGTON BARBOSA é editor da Revista Adventista
(Editorial da edição de agosto de 2025)
Última atualização em 4 de agosto de 2025 por Márcio Tonetti.