Novos desafios

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A certeza da presença de Cristo é a garantia de que a missão será bem-sucedida

Wellington Barbosa

Quando 2022 raiava no horizonte, eu não poderia imaginar quão desafiador ele seria. A morte recente de um tio e a doença terminal do meu avô materno indicavam que o novo ano seria de perda e elaboração do luto. De fato, em maio, o sofrimento do meu avô chegou ao fim, e ele descansou crendo nas promessas do Senhor.

A família ainda se recompunha dessa fatalidade quando, repentinamente, meu pai, aos 64 anos, foi internado em uma Unidade de Terapia Intensiva com um quadro infeccioso grave. Começaram, então, dias de angústia, diagnósticos inconclusivos e fortalecimento espiritual. Infelizmente, no início de agosto, após 51 dias de internação, ele faleceu, cercado pela família.

Jamais pensei que passaria por uma sucessão de perdas significativas em tão pouco tempo. Nesses momentos, quando as fibras de nossa experiência são testadas, encontramos refúgio em Deus, no apoio da família e na solidariedade dos amigos. Foi com esse propósito que no primeiro fim de semana de novembro seguimos para a casa da minha mãe, a fim de passar tempo juntos e nos apoiar mutuamente, naquele período que marcaria o terceiro mês da morte do meu pai.

No domingo à tarde, dia 6, enquanto voltávamos para casa, recebi uma ligação que acabaria de comprovar que 2022 seria um ano totalmente fora do normal. Quando vi o nome no identificador de chamadas e comentei com minha esposa, ela me aconselhou: “Acho melhor você parar o carro.” Assim, no acostamento do quilômetro 111 da rodovia Castello Branco, sentido interior, fui informado de que a comissão diretiva da Divisão Sul-Americana estava indicando meu nome para ser o novo editor-chefe da CPB. A proposta seria levada à assembleia na segunda-feira pela manhã e, se aprovada, eu deveria ser apresentado logo após a votação.

Confesso que senti minhas pernas tremerem, e não foi fácil continuar a viagem. Tremi por saber que daria prosseguimento ao excelente trabalho realizado pelo pastor Marcos De Benedicto, um líder cristão, pensador profundo e escritor habilidoso que está em um patamar diferenciado. Tremi por reconhecer a grandeza da equipe da Redação e o tamanho do desafio de liderar pessoas tão talentosas, criativas e motivadas. Tremi por ter um vislumbre da responsabilidade da função e do papel estratégico da obra de publicações nos dias finais da história do mundo.

Ao dar início à minha jornada neste novo desafio, confio na promessa de que “é Deus quem nos capacita” (2Co 1:21, NVT) a completar a missão. De fato, o Senhor “não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação’ (2Tm 1:7). É com esse espírito que desejo gastar e me deixar gastar (2Co 12:15) em favor da igreja

Recebi a indicação da igreja com humildade, gratidão aos líderes pela confiança depositada, mas também com senso de indignidade. Ao longo do tempo, os homens que assumiram a função entraram para a história cada um com, pelo menos, uma característica marcante. Por exemplo, Guilherme Stein Jr. foi o pioneiro; Luiz Waldvogel, o escritor prolífico; Carlos Trezza, o tradutor; Arnaldo Christianini, o apologeta; Rubens Lessa, a lenda; e Marcos De Benedicto, o gênio. Como dar prosseguimento ao legado desses gigantes modernos da fé?

Ao dar início à minha jornada neste novo desafio, confio na promessa de que “é Deus quem nos capacita” (2Co 1:21, NVT) a completar a missão. De fato, o Senhor “não nos deu espírito de covardia, mas de poder, de amor e de moderação” (2Tm 1:7). É com esse espírito que desejo gastar e me deixar gastar (2Co 12:15) em favor da igreja, a fim de cumprir plenamente o ministério a mim confiado (2Tm 4:5).

Pela graça do Senhor, juntos vamos avançar rumo ao “prêmio da soberana vocação de Deus em Cristo Jesus” (Fp 3:14). Assim, espero que, na relação de nomes dos que serviram como editores-chefes da CPB, no livro de registro celestial, eu seja descrito como Wellington Barbosa, o último. Meu sonho é ver Jesus voltando em breve, nesta geração. Maranata!

WELLINGTON BARBOSA é editor da Revista Adventista

(Editorial da edição de janeiro/2023)

Última atualização em 30 de janeiro de 2023 por Márcio Tonetti.