Pilares missionários

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A relação entre a obra de publicações, educacional e médico-missionária

Wellington Barbosa

Crédito: Imagem generativa/Renan Martin

O desenvolvimento gradual do movimento adventista do sétimo dia possibilitou a consolidação de três pilares fundamentais para o cumprimento de sua missão: a obra de publicações, educacional e médico-missionária. Assim, nos primeiros passos em direção à proclamação da tríplice mensagem angélica ao mundo, esse modelo era reproduzido. De modo geral, os colportores chegavam primeiro; em seguida, eram criadas escolas paroquiais e, por fim, instituições de saúde eram estabelecidas.

Essa estratégia também foi adotada no Brasil. Em primeiro lugar, a literatura adventista chegou pelo porto de Itajaí (SC), no fim da década de 1870. Em 1893, o colportor norte-americano Augustus Stauffer iniciou seu trabalho em São Paulo, expandindo seu ministério para as regiões Sul e Sudeste. No ano seguinte, William Thurston e sua esposa foram comissionados para estabelecer um depósito de livros adventistas, concretizado em 1900 no Rio de Janeiro, dando origem à Casa Publicadora Brasileira.

A disseminação de periódicos e livros denominacionais resultou na conversão de pessoas e na motivação para criar escolas, a fim de preparar os jovens da igreja para a missão. Em 1896, foi fundado o Colégio Internacional de Curitiba (PR), administrado por membros locais. No ano seguinte, a igreja estabeleceu a Escola Superior de Gaspar Alto (SC), um colégio paroquial voltado à formação de missionários adventistas. Em pouco tempo, a necessidade de ampliar a estrutura e o alcance da incipiente obra educacional levou a liderança a estabelecer, em 1915, o Colégio Adventista Brasileiro (atual Unasp, campus São Paulo), o primeiro internato nacional da denominação.

Enquanto houver pessoas não alcançadas pelas boas-novas da salvação, o “braço direito da mensagem” continuará sendo fundamental para abrir portas e levar o evangelho aos corações

Assim, cerca de 20 anos após sua chegada ao Brasil, a Igreja Adventista conseguiu estabelecer bases importantes para sustentar o crescimento de sua obra no país: uma editora dedicada à publicação de literatura de qualidade, voltada tanto para o fortalecimento espiritual dos membros quanto para
o alcance dos não convertidos, e um internato comprometido em capacitar jovens para o ministério pastoral e educacional adventista. E quanto à obra médico-missionária?

As primeiras iniciativas institucionais ocorreram na década de 1920, quando o pastor Alvin Nathan Allen estabeleceu a Missão Indígena do Araguaia, desempenhando um importante trabalho médico-missionário na região. Na década seguinte, no Norte do Brasil, Leo e Jessie Halliwell iniciaram o ministério da lancha Luzeiro, um marco nas estratégias de evangelização por meio da mensagem de saúde. Em 1942, a igreja fundou seu primeiro hospital no país, a Casa de Saúde Liberdade, em São Paulo.

Embora o número de instituições de saúde tenha aumentado ao longo do tempo, ainda faltava um elemento essencial para completar os recursos de capacitação missionária: uma escola de medicina no país. Esse sonho, acalentado por décadas, foi recentemente realizado, sendo o Unasp, campus Hortolândia, o local escolhido para sua instalação. Não sabemos quanto tempo resta até a volta do Senhor, mas compreendemos que, enquanto houver pessoas ainda não alcançadas pelas boas-novas da salvação em Cristo, o “braço direito da mensagem” continuará sendo fundamental para abrir portas e levar o evangelho aos corações. 

WELLINGTON BARBOSA é editor da Revista Adventista

(Editorial da edição de janeiro/2025)

Última atualização em 9 de janeiro de 2025 por Márcio Tonetti.