Santos vivos

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Você sabe por que devemos buscar a santidade agora?

Stanley Arco

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Em 2003, a Unesco declarou o Dia de Todos os Santos e o Dia de Finados (respectivamente, 1º e 2 de novembro) uma festividade do Patrimônio Imaterial da Humanidade. Nessa visão popular e não bíblica, os fiéis celebram os mortos que, tendo alcançado um estado superior, desfrutam a vida eterna na presença de Deus.

Em contraste com isso, a Bíblia nos ensina que fomos criados à imagem de Deus, mas nos separamos do Autor da vida para trilhar um caminho de pecado, cuja consequência final é a morte. No livro Nisto Cremos (CPB, 2016), bem como na Lição da Escola Sabatina deste trimestre, podemos aprofundar o conhecimento sobre esse tema.

A Bíblia revela que Deus é imortal (1Tm 1:17), não um Ser criado. Ele tem existência própria, sem começo nem fim. Já nós somos mortais. Nossa vida passa rapidamente como a “neblina que aparece por um instante e logo se dissipa” (Tg 4:14).

Deus é infinito, imortal e eterno. Nós somos finitos, mortais e transitórios. O ser humano obteve a vida de Deus. A imortalidade não é um atributo humano, mas divino. Quando Deus criou Adão e Eva, Ele lhes deu livre-arbítrio, a capacidade de escolher. Assim, o dom da imortalidade era condicional.

A morte é a interrupção da vida, um “sono”, um estado de inconsciência até a ressurreição dos justos para a vida e a ressurreição dos ímpios para a condenação e a morte. A ressurreição é a restauração da vida.

Embora nasçamos mortais, a Bíblia nos encoraja a buscar a vida eterna. Jesus Cristo é a fonte dessa imortalidade (Rm 6:23). Deus não concede a imortalidade ao crente no momento de sua morte. Esse dom será implementado quando Cristo voltar. Somente então seremos transformados de corruptíveis em incorruptíveis e de mortais em imortais.

Pela graça de Deus, poderemos fazer parte do patrimônio real e tangível da eternidade

Quando Cristo voltar, os santos serão levados para o Céu (os mortos em Cristo ressuscitados e os justos vivos transformados). Os ímpios vivos morrerão e os que já estiverem mortos permanecerão no túmulo. Satanás e seus anjos permanecerão vivos sem ninguém para tentar. Os justos reinarão com Cristo no Céu por mil anos, participando do julgamento dos ímpios.

Depois do milênio, Cristo e os santos descerão do Céu à Terra. Os ímpios ressuscitarão para enfrentar a etapa final do juízo. Satanás organizará um ataque contra a Cidade Santa e, finalmente, será destruído, junto com os pecadores e com o pecado. E nunca mais haverá pecado nem pecadores. O grande conflito terminará, a Terra será renovada, e aqui será estabelecido o reino eterno de Deus. “O Senhor será Rei sobre toda a Terra” (Zc 14:9).

Das ruínas deste mundo, Deus fará “novo céu e nova Terra”. O planeta será purificado, e recriado será o lar eterno dos redimidos. Deus eliminará para sempre o sofrimento, a dor e a morte (Ap 21:1, 4).

Não é na morte que alcançaremos um estado superior de santidade, como resultado de um processo humano, e sim em vida. Dependentes do Senhor, crescemos e amadurecemos de forma espiritual enquanto cumprimos o propósito divino. “Aqui está a perseverança dos santos, os que guardam os mandamentos de Deus e a fé em Jesus” (Ap 14:12).

Considerando a verdade bíblica que contrasta com os enganos do inimigo, é importante viver “de maneira santa e piedosa, esperando e apressando a vinda do Dia de Deus”, conforme enfatiza o apóstolo Pedro. Nós “esperamos novos céus e nova Terra, nos quais habita a justiça”, e, portanto, devemos nos esforçar para que Deus nos “encontre sem mácula, sem culpa e em paz” (2Pe 3:11-14).

Pela graça de Deus, poderemos fazer parte do patrimônio real e tangível da eternidade. Eu vou. Vamos?

STANLEY ARCO é presidente da Igreja Adventista para a América do Sul

(Texto publicado originalmente na seção Bússola da Revista Adventista de novembro/2022)