A pandemia nos trouxe muitas perdas e tristezas, mas podemos sair dessa crise valorizando mais a saúde e o que importa na vida
Luiz Fernando Sella
Dizer que a pandemia da Covid-19 mudou o mundo seria um eufemismo. O cotidiano de muitos foi virado de cabeça para baixo. Os impactos negativos da crise sanitária atual foram muito visíveis. Milhões de pessoas adoeceram e perderam a vida, outras tantas perderam o emprego. Uma onda de problemas de saúde mental foi desencadeada e muitos se sentiram oprimidos pelo fluxo constante, por vezes conflitante, de informações sobre a doença.
Apesar das preocupações e dificuldades enfrentadas, houve também mudanças positivas no comportamento das pessoas. Pelo menos é o que aponta uma pesquisa realizada em junho pela Cleveland Clinic, nos Estados Unidos. Segundo esse estudo, um legado positivo da pandemia é a valorização que os entrevistados estão revelando em relação à manutenção da própria saúde.
De acordo com esse levantamento, 62% dos entrevistados adotaram algum tipo de mudança saudável no estilo de vida desde o início da pandemia, seja praticar mais exercícios, melhorar a dieta ou tentar dormir mais. Cerca de 34% dos participantes afirmaram que estavam comendo alimentos mais saudáveis e impressionantes 87% disseram que pretendem manter esse hábito. Por sua vez, dois terços dos entrevistados informaram que a pandemia os fez prestar mais atenção a certos fatores de risco para outros problemas de saúde.
Talvez nunca se falou tanto na importância de manter a imunidade em dia. Para muitos, atingir o peso ideal também deixou de ser uma preocupação meramente estética. Parece ter aumentado também a consciência de que o cuidado com a saúde não tem que ver apenas com envelhecer com qualidade de vida, mas também com enfrentar problemas iminentes e inesperados.
As dificuldades enfrentadas ainda fizeram as pessoas valorizarem o que perderam. O isolamento social nos lembrou da importância dos relacionamentos, dos amigos, da comunhão entre irmãos de fé. Muitos reavaliaram sua maneira de gastar o tempo e o dinheiro, e redefiniram seus objetivos na vida, colocando a saúde, a fé e as pessoas como prioridades.
O que se viu foi uma renovada gratidão pelos trabalhadores dos serviços essenciais, como cozinheiros, motoristas de ônibus, balconistas de farmácias, caixas de supermercados, entregadores de mercadorias e profissionais de saúde. Pudemos também repensar nossa relação com a natureza, a ponto de várias famílias trocarem a agitação das grandes cidades pela tranquilidade do campo.
Enfim, mesmo depois de tantos meses de sofrimento, podemos ainda olhar a situação a partir de uma perspectiva positiva. É preciso ver o lado cheio do copo, o sol que brilha após a tempestade. Espero que a pandemia tenha mostrado para muita gente o que é verdadeiramente essencial na vida. Que as pessoas entendam tudo isso como um convite para uma vida mais simples, com menos consumo, mais propósito e proximidade das pessoas, da natureza e de Deus!
A Covid-19 nos lembrou da importância dos oito remédios naturais prescritos por Deus e dos cuidados preventivos. Desejamos agora, ansiosamente, que o perigo fique para trás. Mas faremos bem se nos lembrarmos para sempre das preciosas lições aprendidas.
LUIZ FERNANDO SELLA é médico endocrinologista e mestre em Medicina do Estilo de Vida
(Artigo publicado na edição de agosto de 2021 da Revista Adventista)
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Última atualização em 20 de agosto de 2021 por Márcio Tonetti.