Novo ciclo

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Um tributo a Deus por uma jornada na CPB

Marcos De Benedicto

Foto: Gustavo Leighton

Na vida, há sempre um início e um fim. Para mim, o tempo de começar na CPB foi em 1º de março de 1987, após um ano de pastorado em Minas, e agora chegou o tempo de terminar. Em oração, consultei a Deus se era isso mesmo. Porém, na soma das circunstâncias ou no agregador de providências, senti Deus dizendo que chegou a hora de encerrar o ciclo. Por isso, anuncio o fim dos dias da minha peregrinação pelos corredores da editora. Foi mais rápido do que eu esperava, pois quem faz o que ama e ama o que faz não percebe o tempo passar.

Desde os primeiros artigos, foram inúmeros textos, alguns lidos com prazer, outros ignorados ou criticados. A vida é uma jornada de aprendizado. É também a arte de plantar sementes. Uma parte se perde, outra parte frutifica a 100 por 1 ou 10.000%. Não simplesmente por mérito ou demérito do semeador, mas pela qualidade do terreno e pelo princípio de vida que está na semente.

Ao longo do tempo, estive em vários lugares, tanto produzindo reportagens em cidadezinhas do interior quanto fazendo cobertura de assembleia da Associação Geral. Seja escrevendo um texto anônimo como um cartão de Natal, refinando um escrito autoral como a Meditação ou dirigindo uma Comissão Editorial, fiz tudo para Deus. Tentando fazer o melhor, errei algumas vezes, mas houve também acertos. Se algo de bom surgiu nesse período, toda a glória seja ao Senhor.

Durante esse período, em que tive a honra de servir ao lado de cen­tenas de amigos maravilhosos, vi o crescimento miraculoso da nossa instituição, com bênçãos sobre bênçãos, graça sobre graça.

Além da rotina editorial, respondi a milhares de mensagens e muitas consultas teológicas. Uma das alegrias foi atender pessoas que escreviam ou tele­fonavam para perguntar, cumprimentar ou sugerir algo. Deus abençoe esses anjos que nos sustentam com suas palavras e orações!

Na batalha contra o mal, tive algumas escoriações que deixaram marcas no peito e me colocaram de joelhos. Mas nada comparado a ­Moisés, Isaías, Jeremias, Pedro, Paulo, João e, claro, nosso Mestre. Em tudo isso, percebi a graça de Deus se aperfeiçoando na fraqueza. O Senhor guiou meus passos nos montes e nos vales, nos dias de sol e nas noites sem estrelas.

Em maio de 2014, a igreja acabou me colocando na cadeira que foi de Guilherme Stein Jr., Luiz Waldvogel, Arnaldo Christianini, Carlos Trezza, Rubem Scheffel (interino) e Rubens Lessa, entre outros nomes de destaque. Como não reconhecer esse grande privilégio e manter a humildade?

Procurei exercer a função com integridade, transparência e equilíbrio. Valorizei as comissões e a sabedoria colegiada. Evitei o estrelismo. Nesse período, ampliamos o repertório de materiais teológicos e iniciamos vários projetos, como a Editoria Infantojuvenil e o site da Revista Adventista. Investimos no estudo e no preparo do grupo. O papel dos editores no cenário da igreja se ampliou. Tudo isso com o apoio da Diretoria e a participação da nossa equipe incrível, o maior patrimônio da gerência editorial.

Ao passear pelos labirintos da mente, recuperando pedaços de memórias ou lembranças inteiras, somente posso louvar a Deus. Entreguei meu caminho ao Senhor, confiei Nele, e o restante Ele fez. Com a esposa a tiracolo, cheguei com fé e, ao lado dela, saio com uma confiança ainda maior.

Em cada grande despedida, experimentamos um pedacinho da morte. Porém, para quem está em Cristo, morrer é viver. Nós passamos, o mundo passa, e com ele os desejos que cruzam o invisível. Mas Deus permanece. Estando ao lado do Eterno, permaneceremos para sempre também.

Minha imensurável gratidão à igreja, em que atuei por 37 anos, e à instituição que me acolheu por 36 anos (até 1º de março). Assim como tenho feito, continuarei orando pela paz e a prosperidade da nossa centenária Casa. Acima de sua cultura institucional, que ela continue fiel às coordenadas da Palavra revelada assim como o GPS é fiel aos sinais dos satélites!

Deus abençoe nossa equipe e o novo ­editor-chefe, o pastor Wellington ­Barbosa, a quem desejo que lidere no poder do Espírito, com visão, sabedoria e êxito. Jamais deixem de olhar para Jesus. Nunca abandonem a busca da excelência. Sempre mantenham a humildade. Sentirei saudade de vocês e do nosso ambiente amorável.

Obrigado, Luciene, filhos, nora e familiares! Obrigado, ­Custódio e Vera (Graça), pelo apoio no início! Obrigado, líderes! Obrigado, pastor Lessa! Obrigado, colegas de ontem e de hoje! Obrigado, equipe da Redação e da Revista Adventista! Obrigado, leitores! Acima de tudo, obrigado, bom Deus, pelas oportunidades, bênçãos e misericórdias sem fim! Bendito seja Teu nome pelos séculos dos séculos! Meu texto final neste espaço, mais que um adeus, é um tributo a Deus.

Feliz Natal e um 2023 sem igual!

MARCOS DE BENEDICTO é editor da Revista Adventista (até 31 de dezembro)

(Editorial da edição de dezembro/2022)

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Última atualização em 21 de dezembro de 2022 por Márcio Tonetti.