Desafio jovem

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O que fazer para manter a juventude firme na fé e comprometida com a missão? 

Wellington Barbosa

Foto: Adobe Stock

De acordo com dados estatísticos da Divisão Sul-Americana, entre 2011 e 2020, a Igreja Adventista recebeu 2.260.725 novos membros, dos quais 534.136 pertenciam à faixa etária de 17 a 30 anos. O número é expressivo e demonstra o vigor missionário que existe em muitas de nossas congregações. O problema, contudo, encontra-se no outro lado da moeda. No mesmo período, 674.408 jovens nessa faixa etária deixaram a igreja, representando um saldo negativo de 26,3%.

Parte significativa desses jovens não se filiou a outra denominação nem se tornou agnóstica ou ateia. Em realidade, muitos deles ­continuam admirando Jesus, embora não mais queiram ter compromisso com a igreja. Para alguns isso parece contraditório; no entanto, esse pensamento reflete o espírito de nosso tempo.

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Para decodificar a juventude

Os chamados sem religião estão em ascensão no mundo Ocidental. No Brasil, isso não é diferente. De acordo com o censo de 2010, esse grupo correspondia a 8% da população. Embora os dados do último recenseamento ainda não estejam todos disponíveis, alguns estudiosos projetam que o percentual tenha aumentado para 15%, ou seja, mais de 30 milhões de pessoas, com uma parcela importante de jovens. E o que muitos deles estão buscando? Em essência, estão à procura de uma vivência espiritual que seja transparente, coerente, significativa e faça a diferença em um mundo marcado por injustiça, sofrimento e hipocrisia.

Se, de algum modo, parte dos jovens que deixam nossa igreja está em busca dessa experiência,
é necessário refletir a respeito de quais pontos precisamos melhorar para diminuir essa evasão. Não podemos lançar a responsabilidade pelo afastamento unicamente sobre eles. Compreender o fenômeno, acolher a juventude e agir com a sabedoria que vem de Deus são passos fundamentais nesse processo.

Se em nossa vivência cristã falharmos em reproduzir o exemplo de Jesus, falharemos em nossa tarefa de discipular os jovens que estão sob nossa responsabilidade

Ellen White recomendou: “O primeiro trabalho a fazer pelos membros de nossas igrejas é fazê-los ­interessar-se pelos jovens, pois eles necessitam de bondade, paciência, ternura, regra sobre regra, mandamento sobre mandamento. […] É preciso que haja pessoas cujo coração seja tocado pela situação digna de pena em que nossos jovens estão, que se deem conta de que ­Satanás por meio de todo o ardil imaginável está agindo para atraí-los à sua rede. Deus exige que a igreja desperte de seu sono e veja qual é a espécie de serviço que é exigido dela neste tempo de perigo” (Conselhos aos Pais, Professores e Estudantes, p. 41, 42).

Em Seu ministério, Cristo deixou o exemplo de como devemos ministrar aos jovens e prepará-los para o serviço do Reino. Integridade pessoal, compromisso com a Palavra, humildade ­genuína, atenção individualizada, diálogo honesto, interesse sincero pelas necessidades pessoais, coragem para agir em favor dos menos favorecidos, prudência para saber quando falar e quando calar e disposição de fazer a vontade de Deus são algumas das características encontradas em Jesus que tocam de maneira especial o coração da juventude. Se em nossa vivência cristã falharmos em reproduzi-las, falharemos em nossa tarefa de discipular os jovens que estão sob nossa responsabilidade.

Creio na iminência do fim, no cumprimento das últimas profecias, na proximidade de um grande movimento de reavivamento e reforma na igreja e no papel que os jovens desempenharão na proclamação da última mensagem ao mundo. É por crer nisso que me preocupo em como vamos mantê-los firmes para que comecem a entrar em ação agora.

WELLINGTON BARBOSA é editor da Revista Adventista

(Editorial da edição de março/2023)

Última atualização em 17 de março de 2023 por Márcio Tonetti.