Mudanças no Manual da Igreja

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Desde 1932, a igreja conta com um livro que descreve seu funcionamento e suas funções. Mas você sabe como ele é atualizado?

Leonidas Verneque Guedes

Foto: Eduardo Teixeira

A Igreja Adventista está presente em 212 países e possui mais de 21 milhões de fiéis. Portanto, é imprescindível que haja coerência nas ações da organização em diferentes localidades. É justamente para o cumprimento de uma missão global que existe o Manual da Igreja. Por meio de princípios e regulamentos, ele orienta a denominação.

Esse manual colabora na unidade adventista para regulamentar os procedimentos administrativos, eclesiásticos e  ministeriais em todo o mundo. A cada cinco anos, a igreja revisa e atualiza seu manual na Assembleia da Associação Geral. Isso acontece depois de um longo estudo na comissão do Manual da Igreja, que propõe as recomendações finais. Nem sempre as modificações envolvem novos procedimentos ou normas, podendo ser pequenas revisões textuais.

O que muda a cada quinquênio não são os princípios bíblicos, mas sim a parte editorial. Por exemplo, a execução de um procedimento ou de  uma recomendação administrativa, devido às circunstâncias culturais ou regionais...

A frase de abertura no prefácio da primeira edição do Manual da Igreja, de 1932, diz: “Tornou-se cada vez mais evidente que um manual sobre o governo da igreja é necessário para estabelecer e preservar nossas práticas denominacionais e políticas”. Ou seja, as normas, regulamentos e praxes estabelecidas nesse guia sempre vieram das práticas e das necessidades da igreja.

A primeira edição era composta de 208 páginas, incluindo o prefácio, 11 seções e o índice. Votado pela Comissão da Associação Geral, o manual tem por base a Bíblia, o Espírito de Profecia e a experiência da Igreja Adventista. As edições posteriores não sofreram alterações importantes até 1946.

Modificações significativas

Em 1946, foram feitas várias mudanças. O manual não teria  apenas a autoridade da Comissão da Associação Geral, mas, pela primeira vez, a autoridade total da Sessão da Assembleia da Associação Geral (Relatório da Conferência Geral, nº 8, 1946, p.197).

Outra alteração importante foi dar a cada Divisão a tarefa de elaborar um suplemento ao novo Manual da Igreja. Essa parte não mudaria nada no texto geral, apenas acrescentaria itens aplicáveis às condições e circunstâncias prevalecentes naquela região geográfica, sendo submetidos à Comissão da Associação Geral para aprovação antes de publicados (Atas do Comitê da Associação Geral, 1948, 1188).

A edição de 1951 trouxe uma revisão completa, com base nas alterações e ajustes de 1946 e 1950, e muitas questões foram introduzidas. O livro ficou com 279 páginas, contendo prefácio e 16 capítulos de conteúdo. Esse formato foi seguido em todas as edições até o ano 2000 (Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, Manual da Igreja, 1951, p. 10).

A Sessão da Assembleia Geral de 2000 autorizou a reclassificação de alguns materiais, mantendo os capítulos e acrescentando seções, dividindo em dois tipos de classificação: Conteúdo principal e notas. O conteúdo principal de cada capítulo é de valor mundial e aplicável a todas as igrejas. Já as notas, sendo material adicional de natureza explicativa, aparecem no fim do manual (Associação Geral dos Adventistas do Sétimo Dia, Manual da Igreja, 2000, p. xxi).

Em 2016, a preservação das práticas denominacionais em todo o mundo também foi destacada: “Esta não foi uma tentativa de criar e impor repentinamente à igreja todo o padrão de governança da igreja. Em vez disso, foi um esforço primeiro para preservar todas as boas ações realizadas ao longo dos anos e depois adicionar regras exigidas pelo crescente crescimento e complexidade da igreja” (Manual da Igreja, 2016, p. 16).

Atualizações no manual

Quando um membro da Igreja Adventista deseja fazer sugestões de mudanças no manual,  elas devem ser compartilhadas com seus líderes locais, com o pastor e apresentadas na comissão da igreja. Se a igreja local  aprovar a proposta, então ela é encaminhada ao secretário executivo da Associação, que, se aprová-la, submete à União, até chegar ao próximo nível superior da organização.

O processo de mudanças envolve todos os níveis e, se for aprovada a sugestão, ela é levada diante da Comissão do Manual da Igreja da Associação Geral, a qual avalia todas as propostas. Se a comissão aprovar, prepara-a para ser apresentada ao Concílio Anual e finalmente na Assembleia da Associação Geral.

Na 61ª Assembleia, realizada nos dias 6 a 11 de junho de 2022, serão apresentadas 37 considerações que envolvem itens simples e complexos, como a inclusão de ministérios que já acontecem na igreja local, mas ainda não estão citados no manual, a possibilidade de comissões eletrônicas e a inclusão de um capítulo a respeito do discipulado.

Após as votações, as atualizações são realizadas e o Manual da Igreja é finalizado e repassado aos irmãos para continuar unindo membros leigos, líderes e pastores nas mesmas responsabilidades e na uniformidade em procedimentos durante o cumprimento da missão.

LEONIDAS VERNEQUE GUEDES é pastor e atua como secretário executivo da Associação Paulista Sudoeste (APSo)

2 comments

  1. CLAUDINO LUCAS BAMBI 22 junho, 2022 t 11:36 Responder

    Muito feliz, grato e impressionado pela maneira como Deus tem guiado seu povo.

    Louvado seja o Seu Poderoso Nome!

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